Governo eleva para 1,9% estimativa de alta do PIB neste ano e segue vendo estouro da meta de inflação
Governo eleva para 1,9% estimativa de alta do PIB neste ano e segue vendo estouro da meta de inflação
Fazenda divulgou estimativas para a economia neste ano. Se confirmado, crescimento de 1,9% significará desaceleração da atividade econômica em relação a 2022, que registrou alta de 2,9%.
Por Alexandro Martello, Jéssica Sant'Ana e Ana Paula Castro, g1 e TV Globo — Brasília - 22/05/2023 14h41 - Atualizado há 20 horas
O Ministério
da Fazenda estimou nesta segunda-feira (22) um crescimento de 1,91% do Produto
Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023.
Essa é a
segunda previsão do PIB de 2023 divulgada pela nova equipe econômica, do
governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em março, o governo havia
estimado uma alta de 1,61% para o PIB desse ano.
Apesar do
aumento, a expectativa do Ministério da Fazenda representa desaceleração frente
ao ano de 2022, quando a economia registrou crescimento de 2,9%.
A estimativa do governo federal continua acima da projeção do mercado financeiro, que prevê um crescimento de 1,2% para este ano. A estimativa foi coletada pelo BC no boletim Focus, que ouviu mais de 100 bancos na última semana.
Mais cedo,
em conversa com jornalistas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, argumentou
que o boletim Focus é cauteloso e que outras projeções devem ser consideradas.
“É que
o Focus [pesquisa do BC com o mercado] vai ficando otimista ao longo do ano.
Passou de 1% para 1,2%, de 0,9% para 1%. Você poderia, por exemplo, consultar
as projeções do Bradesco, que já estão em 1,8%, ou do Itaú, que já estão em
1,4%. O Focus é uma pesquisa, mas tem muita gente fazendo conta”, declarou
o.
Já o Banco
Central estimou, em março desse ano, um crescimento de 1,2% para a economia
brasileira em 2023.
Inflação
O Ministério
da Fazenda também estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) de 2023 somará 5,58%. Em março, a previsão do governo era de que a
inflação atingiria 5,31% nesse ano.
Para este
ano, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN) e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e
4,75%.
Se
confirmado, esse será o terceiro ano seguido de estouro da meta de inflação, ou
seja, no qual o IPCA fica acima do teto fixado pelo sistema de metas. Em 2022,
a inflação somou 5,79%.
Quanto maior
a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que
recebem salários menores. Isso, porque os preços dos produtos aumentam sem que
o salário acompanhe esse crescimento.