Governo estuda comprar imóveis de até R$ 200 mil para desabrigados no RS
Governo estuda comprar imóveis de até R$ 200 mil para desabrigados no RS
Compra é parte de medidas para garantir moradia aos desabrigados no estado por conta das fortes chuvas e enchentes. Técnicos avaliam que preços e custo do setor imobiliário vão subir.
Por Thiago Resende, TV Globo — Brasília
O governo
federal estuda comprar imóveis de até R$ 200 mil para atender a pessoas
desabrigadas no Rio Grande do Sul. O valor máximo das casas e apartamentos deve
ser anunciado na próxima semana.
Na última
quarta-feira (15), o ministro Rui Costa, da Casa Civil, apresentou medidas para
dar moradia às famílias vítimas das chuvas em visita do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) ao estado.
Uma das
ações é a chamada compra assistida de imóveis usados (veja mais abaixo as
outras ações previstas). Neste programa, a família indica uma casa já existente
ao governo, a União compra a casa e entrega à família. Outra possibilidade é o
repasse de casas e apartamento ainda em construção.
A avaliação
de integrantes do governo é que o valor máximo das casas e apartamentos deverá
ficar entre R$ 190 mil e R$ 200 mil.
Inicialmente,
técnicos trabalhavam com o cenário de um teto de R$ 170 mil no custo da compra
do imóvel. Esse patamar é usado atualmente para contratos do Minha Casa, Minha
Vida para pessoas da faixa de renda mais baixa e que conseguem adquirir as
casas com subsídio próximo a 100%.
No entanto,
membros do governo envolvidos nas discussões de medidas para socorrer a
população gaúcha dizem que o valor máximo dos imóveis precisará ser mais alto
por causa da alta demanda na região e do aumento dos custos no setor
imobiliário no estado.
A ideia é
que esse seja o preço limite – cerca de R$ 200 mil. A Caixa, que participará da
licitação, fará uma avaliação do mercado nas cidades atingidas pelas enchentes
para conferir a possibilidade de adquirir unidades abaixo desse teto.
O governo
teme que, diante de provável subida dos valores de imóveis no Rio Grande do
Sul, o pregão acabe fracassando se preço máximo ficar abaixo do custo
pós-calamidade.
Lista com
3.600 imóveis
A Câmara
Brasileira da Indústria de Construção (CBIC) contabiliza cerca de 3.600 imóveis
– em construção ou prontos – que possam ser comprados pelo governo federal
junto às construtoras para atender aos desabrigados no Rio Grande do Sul.
Esse
levantamento inclui unidades de até R$ 200 mil. Portanto, dentro da faixa em
estudo pelo governo.
Uma das
modalidades de compra é a aquisição de casas e apartamentos de construtoras,
que vinham sendo construídos por conta própria para atender ao mercado.
Segundo o
presidente da CBIC, Renato Correia, as 3.593 unidades estão prontas ou com
previsão de conclusão em 1 a 2 anos, com valores de até R$ 200 mil. Os imóveis
estão localizados nas cidades atingidas pelas chuvas, como Porto Alegre, Canoas
e São Leopoldo.
O
levantamento da CBIC tem como base informações prestadas pelo Sindicato da
Indústria de Construção do Rio Grande do Sul e outras entidades locais.
Minha
Casa Minha Vida
No programa
habitacional Minha Casa, Minha Vida, o governo já havia anunciado uma suspensão
de seis meses para o pagamento das parcelas dos financiamentos.
No anúncio
da semana passada, Rui Costa apresentou os caminhos que serão utilizados para
entregar casas a famílias que perderam suas moradias nas enchentes e se
encaixem nas faixas 1 e 2 do Minha Casa, Minha Vida:
compra
assistida de imóveis usados (a família indica uma casa já existente ao governo,
a União compra a casa e entrega à familia);
chamada
pública de imóveis (o governo recebe propostas de proprietários interessados em
vender imóveis);
estoque de
casas para leilão (imóveis que foram tomados pelo governo, em razão de
financiamentos não pagos, serão retirados de leilão, quitados e ofertados às
famílias);
aquisição de
imóveis de construtoras (domicílios que empreiteiras vinham construindo, por
conta própria, para oferecer ao mercado – o governo fará a compra antecipada e
entregará às famílias);
habilitação
de novos projetos do Minha Casa, Minha Vida (projetos que tinham sido
apresentados, mas não foram selecionados na cota do programa).