Governo federal anuncia Pix de R$ 5,1 mil para famílias do RS
Governo federal anuncia Pix de R$ 5,1 mil para famílias do RS
Benefício será destinado a ocupantes de casas afetadas por catástrofe.
Publicado por Pedro Rafael Vilela* - Repórter da Agência Brasil – Brasília
As famílias
que perderam móveis, eletrodomésticos e outros objetos com as enchentes que
devastaram o Rio Grande do Sul nas últimas semanas terão direito a um benefício
de R$ 5.100 concedidos pelo governo federal. O anúncio foi feito nesta
quarta-feira (15) pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, durante visita
da comitiva liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a São Leopoldo
do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre.
“A
ajuda que hoje a gente verbaliza é uma ajuda para pessoas que perderam sua
geladeira, seu fogão, sua televisão, seus móveis, seu colchão. Será atestado
pela Defesa Civil de cada município, aquela poligonal, aquelas ruas onde as
pessoas perderam seus objetos. Essas pessoas terão, de forma rápida,
facilitada, via Caixa Econômica Federal, a transferência, nas suas contas, via
Pix, de R$ 5.100”, afirmou Costa.
Segundo o
ministro, a estimativa inicial é que o benefício alcance cerca de 200 mil
famílias, a um custo de R$ 1,2 bilhão. O procedimento será autodeclaratório e
as autoridades vão cruzar dados para confirmar se a área onde a pessoa
beneficiada vive está entre as atingidas pelas inundações.
O anúncio do
governo faz parte de um pacote de medidas voltadas ao apoio direto à população
atingida pela maior catástrofe ambiental da história do Rio Grande do Sul. Ao
todo, 449 municípios foram afetados. Até a última atualização, na manhã desta
quarta, foram registradas 149 mortes, 108 desaparecidos e mais de 800 pessoas
feridas.
Novas
habitações
Além do
Auxílio Reconstrução, como foi batizado o benefício de R$ 5,1 mil para
recuperação de bens, o governo federal anunciou outras medidas para as pessoas
que tiverem suas casas destruídas pelas chuvas e enchentes nas áreas urbanas. O
número de residências perdidas no estado ainda não foi levantado.
“O
presidente Lula está garantindo que as casas que foram perdidas na enchente,
aquelas que se encaixam dentro do perfil de renda do Minha Casa Minha Vida
[faixas] 1 e 2, 100% dessas famílias terão suas casas garantidas de volta pelo
governo federal”, afirmou Rui Costa.
Pelas regras
do programa habitacional, a faixa 1 compreende famílias com renda bruta
familiar mensal de até R$ 2.640. Já a faixa 2 abrange famílias com renda entre
R$ 2.640,01 e R$ 4.400.
Entre as
medidas apresentadas, está a compra assistida de imóveis usados. Segundo o
ministro Rui Costa, a ideia é que as pessoas que se encaixam na faixa de renda
do programa possam buscar, desde já, opções de imóveis à venda nas suas
cidades, que serão adquiridos a partir de avaliação da Caixa Econômica
Federal.
“Aquelas
pessoas que estão em abrigo, seja abrigo oficial ou estão abrigadas em casas de
familiares, elas já podem procurar na sua cidade um imóvel à venda que o
governo federal, através da Caixa, vai comprar a casa e entregar à
pessoa”, disse o ministro. A estratégia de reposição de casas em áreas
rurais será anunciada posteriormente pelo governo.
Outra opção
é a compra de imóveis diretamente das construtoras. O governo também vai abrir
editais novos do Minha Casa Minha Vida a partir de demanda de déficit
habitacional apresentada pelas próprias prefeituras, incluindo possibilidade de
remodelação de imóveis já existentes para transformação em áreas residenciais.
FGTS e
leilão de imóveis
O governo
federal também vai permitir que trabalhadores com carteira assinada possam
sacar do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), nas cidades atingidas,
até o valor de R$ 6.220, independentemente da vedação legal que limita um
intervalo de 12 meses entre um saque e outro, isso para permitir que pessoas
que sacaram o FGTS nas enchentes do ano passado, no Vale do Taquari, possam
acessar o recurso nas contas novamente.
Também foi
anunciada a retirada de leilão de imóveis de pessoas inadimplentes, em
financiamentos por meio dos bancos públicos federais. “Nós determinamos
que todas as casas que estavam para leilão, aqui nas cidades atingidas, da
Caixa e do Banco do Brasil, vamos retirar do leilão, o governo federal fará a
quitação e entregará às famílias que precisam das casas”, anunciou o
ministro-chefe da Casa Civil.
Beneficiários
do seguro-desemprego no Rio Grande do Sul terão direito a duas parcelas
adicionais. Além disso, o governo concedeu pausa nos pagamentos de
financiamentos de imóveis por 180 dias, além de carência de 180 dias para novos
contratos.
Bolsa
Família
O governo
também informou que 21 mil novas famílias foram incluídas no programa Bolsa
Família no Rio Grande do Sul. Além disso, as parcelas do pagamento do auxílio
serão antecipadas no estado para o próximo dia 17.
Restituição
do IR
Em outro
anúncio, Rui Costa confirmou que o primeiro lote de restituições do Imposto de
Renda da Pessoa Física (IRPF) será pago no próximo dia 31 de maio para todos os
contribuintes do Rio Grande do Sul que fizeram a declaração. O lote tem valor
de R$ 1,1 bilhão.
Terceira
visita
O presidente
Lula chegou ao Rio Grande do Sul pela manhã, em sua terceira visita ao estado
desde o início da tragédia. Ele visitou um abrigo público em São Leopoldo e, na
sequência, se reuniu com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
*Matéria
ampliada às 16h25 e às 16h40
Edição:
Lílian Beraldo