Governo lança Novo PAC e triplica investimentos em infraestrutura
Governo lança Novo PAC e triplica investimentos em infraestrutura
Serão aplicados recursos federais no valor R$ 371 bilhões.
Publicado em 11/08/2023 - 08:59 Por Sabrina Craide – Repórter da Agência Brasil - Brasília
O governo
federal lança nesta sexta-feira (11) a terceira edição do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC). Com o desafio de focar em obras de
infraestrutura que promovam a sustentabilidade, o Novo PAC deve prever
investimentos públicos federais de R$ 371 bilhões para os próximos quatro anos
em áreas como transportes, energia, infraestrutura urbana, inclusão digital,
infraestrutura social inclusiva e água para todos. Outras áreas como defesa,
educação, ciência e tecnologia também devem ser incluídas no novo programa.
A
implementação do programa deve triplicar os investimentos públicos federais em
infraestrutura nos próximos anos. Além de recursos do orçamento da União, o
novo PAC contará com recursos de estatais, financiamento de bancos públicos e
do setor privado, por meio de concessões e parcerias público-privadas. A
previsão é que o total investido chegue a R$ 1,7 trilhão em quatro anos, incluindo
investimentos da Petrobras.
A primeira
etapa do PAC será composta por empreendimentos propostos pelos ministérios e
por governadores. Uma segunda etapa terá início em setembro, com uma seleção
pública para estados e municípios. Os principais objetivos do novo PAC são
incrementar os investimentos, garantir a infraestrutura econômica, social e
urbana, melhorar a competitividade e gerar emprego de qualidade.
Histórico
A primeira
versão do PAC foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em
janeiro de 2007, com o objetivo de superar os gargalos de infraestrutura do
país. Primeiramente, o programa previu investimentos de R$ 503,9 bilhões em
ações de infraestrutura nas áreas de transporte, energia, saneamento, habitação
e recursos hídricos, entre 2007 e 2010.
Uma segunda
etapa do programa, o PAC 2, foi anunciada em 2011 pela então presidenta Dilma
Rousseff, com investimentos previstos em R$ 708 bilhões em ações de
infraestrutura social e urbana.
Desafios
Um dos
principais desafios do Novo PAC será evitar os mesmos erros das edições
anteriores, que resultaram em descontinuidade e paralisação de obras. O
Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que, no final de 2022, o país tinha
mais de 8,6 mil obras paralisadas, o que representa cerca de 38,5% dos
contratos pagos com recursos da União. Segundo o TCU, o mau planejamento dos
empreendimentos é o principal fator de paralisação das obras.
A cerimônia
de lançamento do Novo PAC está marcada para as 10h, no Theatro Municipal do Rio
de Janeiro.
Divisão dos investimentos
A parceria
entre governo federal e setor privado, estados, municípios e movimentos sociais
é uma das principais marcas do novo programa para gerar emprego e renda,
reduzir desigualdades sociais e regionais, em um esforço comum e comprometido
com a transição ecológica, neoindustrialização, crescimento com inclusão social
e sustentabilidade ambiental.
O Novo PAC
está organizado em medidas institucionais e em nove eixos de investimento.
As medidas
institucionais são um conjunto articulado de atos normativos de gestão e de
planejamento que contribuem para a expansão sustentada de investimentos
públicos e privados no Brasil. São cinco grandes grupos:
– Aperfeiçoamento
do ambiente regulatório e do licenciamento ambiental
– Expansão
do crédito e incentivos econômicos
– Aprimoramento
dos mecanismos de concessão e PPPs
– Alinhamento
ao plano de transição ecológica
Planejamento, gestão e compras
públicas
O Novo PAC
incluiu novos eixos de atuação como inclusão digital e conectividade para levar
internet de alta velocidade a todas as escolas públicas e unidades de saúde.
Além de expandir o 5G, levará rede 4G a rodovias e regiões remotas. O investimento
total ´é de R$ 28 bilhões.
No eixo
saúde, serão construídas novas unidades básicas, policlínicas, maternidades e
adquiridas mais ambulâncias para melhorar o acesso a tratamento especializado.
O Novo PAC investe também no complexo industrial de saúde, fortalecendo a
oferta de vacinas e hemoderivados, e também em telessaúde para aumentar a
eficiência em todos os níveis de atendimento à população. O investimento total
é R$ 31 bilhões.
A construção
de creches, escolas de tempo integral e a modernização e expansão de institutos
e universidades federais é prioridade na educação. O programa vai impulsionar a permanência dos estudantes nas
escolas, a alfabetização na idade certa e a produção científica no Brasil e
terá investimento total de R$ 45 bilhões.
Às ações de
educação se somam as do eixo infraestrutura social e inclusiva, que garantirá o
acesso da população a espaços de cultura, esporte e lazer, apostando no
convívio social e na redução da violência. O investimento total é de R$ 2
bilhões.
Para que as
cidades se adaptem às mudanças climáticas e ofereçam melhor qualidade de vida à
população, o eixo cidades sustentáveis e resilientes vai construir novas
moradias do Minha Casa Minha Vida e financiar a aquisição de imóveis. Com recursos de R$ 610 bilhões, o
programa investirá também na modernização
da mobilidade urbana de forma sustentável, em urbanização de favelas,
esgotamento sanitário, gestão de resíduos sólidos e contenção de encostas e
combate a enchentes.
O eixo água
para todos garantirá água de qualidade e em quantidade para a população,
chegando até as áreas mais remotas do país. Os investimentos, de R$ 30 bilhões,
em recursos hídricos vão fortalecer as comunidades frente aos desafios hídricos
e climáticos. O Novo PAC investe na revitalização das bacias hidrográficas em
ações integradas de preservação, conservação e recuperação.
O eixo
transporte eficiente e sustentável reúne os investimentos em rodovias,
ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias em todos os estados do Brasil, a fim
de reduzir os custos da produção nacional para o mercado interno e elevar a
competitividade no exterior. O investimento é de R$ 349 bilhões.
Para atender
ao desafio da transição e segurança energética, 80% do acréscimo da capacidade
de energia elétrica virão de fontes renováveis. Por meio do programa Luz para
Todos, o PAC vai universalizar o atendimento no Nordeste e antecipar a
universalização de comunidades isoladas na Amazônia Legal. Os investimentos no
pré-sal vão expandir a capacidade de produção de derivados e de combustíveis de
baixo carbono. O eixo transição e segurança energética garante a diversidade da
matriz energética, a soberania brasileira, a segurança e eficiência para o país
crescer de forma acelerada, gerando emprego, renda e inclusão social. Serão
aplicados R$ 540 bilhões.
Os
investimentos no eixo defesa, de R$ 53 bilhões, permitirão equipar o país com
tecnologias de ponta e aumento da capacidade de defesa nacional.
A partir de setembro, no âmbito do Novo PAC, o governo lançará editais que somam R$136 bilhões para a seleção de outros projetos prioritários de estados e municípios, além dos anunciados no lançamento do programa nas seguintes áreas:
– Cidades:
urbanização de favelas, abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos
sólidos, mobilidade urbana e prevenção a desastres naturais
– Saúde:
UBSs, policlínicas e maternidades
– Educação:
creches, escolas e ônibus escolares
– Cultura:
CEUs da cultura e projetos de patrimônio histórico
– Esporte:
espaços esportivos comunitários
*Texto
atualizado às 10h06
Edição:
Valéria Aguiar