Gripe aviária: Espírito Santo proíbe turistas em ilhas de Vitória
Gripe aviária: Espírito Santo proíbe turistas em ilhas de Vitória
Estado confirmou 20 focos de influenza aviária de alta patogenicidade.
Publicado em 08/06/2023 - 15:23 Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
O governo do
Espírito Santo proibiu, por tempo indeterminado, o acesso ao Arquipélago das
Três Ilhas e às demais ilhas da Área de Proteção Ambiental (APA) de Setiba,
localizada nos municípios de Guarapari e Vila Velha, região metropolitana de
Vitória. A medida foi adotada em razão dos casos de gripe aviária registrados
no estado e abrange, no total, oito ilhas.
O
Arquipélago das Três Ilhas é formado por cinco ilhas: Quitongo, Cambaião,
Guanchumbas, Leste-Oeste e Guararema. Nas demais áreas da APA estão as ilhas
Francisco Vaz, Toaninha e Alacaeira. A portaria conjunta da Secretaria Estadual
de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e do Instituto Estadual de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos foi publicada nesta quinta-feira (8) em edição extra do
Diário Oficial do estado.
O Espírito
Santo é o estado com o maior número de casos de gripe aviária no país, com 20
focos de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) confirmados. Até
então, o Brasil nunca havia registrado ocorrência da doença em seu território.
Ao todo, 30
focos em aves silvestres já foram confirmados nos estados do Espírito Santo,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Bahia. A maioria é em aves das
espécies Thalasseus acuflavidus (nome popular trinta-réis-de-bando) e
Thalasseus maximus (trinta-réis-real).
O Ministério da Agricultura e Pecuária disponibilizou um painel para consulta de casos confirmados, descartados e em investigação. A plataforma pode ser consultada por qualquer pessoa e será atualizada duas vezes ao dia, às 13h e às 19h.
Nesta
semana, o governo federal também abriu crédito extraordinário de R$ 200 milhões
em favor do Mapa para ações de enfrentamento à gripe aviária. A pasta informou
que, com o estado de emergência zoossanitária em vigor no país, as ações de
controle e contenção serão intensificadas para evitar que a doença chegue à
produção de aves de subsistência e comercial, além de preservar a fauna e a
saúde humana.
A orientação
do Mapa é que a população não recolha aves que encontrar, doentes ou mortas, e
acione o serviço veterinário mais próximo. Ainda segundo o governo, não há
mudanças no status brasileiro de livre da influenza aviária de alta
patogenicidade perante a Organização Mundial de Saúde Animal, por não haver
registro na produção comercial.
A doença
A influenza
aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente aves
domésticas e silvestres. Ela é caracterizada principalmente pela alta
mortalidade de aves que pode ser acompanhada por sinais clínicos, tais como
andar cambaleante, torcicolo, dificuldade respiratória e diarreia.
O vírus H5N1
não infecta humanos com facilidade, mas o aumento de casos recentemente deixou
as autoridades sanitárias do mundo todo em alerta. As infecções humanas podem
acontecer por meio do contato com aves infectadas, vivas ou mortas, ou
ambientes contaminados com secreções respiratórias, sangue, fezes e outros
fluidos liberados no abate das aves.
O risco de
transmissão às pessoas por meio de alimentos devidamente preparados e bem
cozidos também é muito baixo. Além disso, a transmissão de pessoa para pessoa
não é sustentada, ou seja, por enquanto, o vírus não se espalha facilmente de
pessoa para pessoa.
Apesar de
ser pouco frequente, em humanos, a gripe aviária pode ser grave, com alta taxa
de mortalidade. O Instituto Butantan, em São Paulo, começou a desenvolver uma
vacina contra a doença [], devido à preocupação de que ela possa se tornar uma
nova pandemia.
Edição: Juliana Andrade