Guerra na Ucrânia: 240 mil já morreram no conflito, dizem EUA
Guerra na Ucrânia: 240 mil já morreram no conflito, dizem EUA
As estimativas são as mais altas já feitas por uma autoridade ocidental sobre o conflito; Mark Milley sugere que morreram 100 mil soldados russos, 100 mil militares ucranianos e 40 mil civis
Por BBC 10/11/2022 09h16 Atualizado há uma hora
O general
mais graduado dos Estados Unidos estima que cerca de 100 mil soldados russos e
100 mil ucranianos foram mortos ou feridos na guerra na Ucrânia.
O general
Mark Milley, presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA, também sugeriu que
cerca de 40 mil civis morreram no conflito.
As
estimativas são as mais altas já divulgadas por uma autoridade ocidental.
Ele também
disse que os sinais de que Kiev estava disposta a retomar as negociações com
Moscou oferecem “uma janela” para as negociações.
Nos últimos
dias, a Ucrânia sinalizou a disposição de manter algumas discussões com Moscou,
depois que o presidente Volodymyr Zelensky desistiu de exigir que seu oponente,
Vladimir Putin, fosse removido do poder antes que as negociações pudessem ser
retomadas.
Em fala em
Nova York, o general Milley acrescentou que, para que qualquer conversa seja
bem-sucedida, tanto a Rússia quanto a Ucrânia teriam que chegar a um
“reconhecimento mútuo” de que uma vitória em tempo de guerra
“talvez não seja alcançável por meios militares e, portanto, você precisa
recorrer a outros meios”.
O general de
alto escalão — que atua como conselheiro militar mais graduado do presidente
dos EUA, Joe Biden — disse que a escala de vítimas pode convencer Moscou e Kiev
da necessidade de negociar nos próximos meses de inverno, quando os combates
podem diminuir devido às condições de congelamento.
“Você
está olhando para mais de 100 mil soldados russos mortos e feridos”, disse
o general Milley. “A mesma coisa provavelmente no lado ucraniano.”
Tanto a
Ucrânia quanto a Rússia guardam em segredo seus números de vítimas.
A última
atualização de Moscou, em setembro, disse que apenas 5.937 soldados foram
mortos desde o início do conflito. O ministro da Defesa, Sergei Shoigu,
descartou relatos de um número de mortos significativamente maior.
A estimativa
do general Milley é nitidamente maior. Para termos de comparação, estima-se que
15 mil soldados soviéticos morreram no conflito de 1979-89 no Afeganistão.
A Ucrânia
vem se negando a fornecer números de vítimas. Mas em agosto, o comandante-chefe
das forças armadas, Valeriy Zaluzhniy, foi citado na mídia ucraniana dizendo
que 9 mil soldados ucranianos tinham morrido até o momento.
A ONU disse
que não considera confiáveis os números divulgados pelos envolvidos no
conflito.
“Houve
uma tremenda quantidade de sofrimento, sofrimento humano”, disse o general
Milley. Ele também observou que foram gerados entre 15 e 30 milhões de
refugiados desde que a Rússia lançou sua invasão em 24 de fevereiro.
A ONU
registrou 7,8 milhões de pessoas como refugiadas da Ucrânia em toda a Europa,
incluindo a Rússia. No entanto, o número não inclui aqueles que foram forçados
a fugir de suas casas, mas permanecem na Ucrânia.
Na
quarta-feira (9), Moscou anunciou que suas tropas começariam a se retirar da
importante cidade de Kherson, no sul, a única grande cidade a cair nas mãos das
forças russas.
O general
Milley disse que, embora “indicadores iniciais” sugerissem que uma
retirada havia começado, ele observou que a Rússia reuniu cerca de 20 a 30 mil
soldados na cidade, e a retirada pode levar várias semanas.
“Eles
fizeram o anúncio público de que estão fazendo isso. Acredito que estão fazendo
isso para preservar sua força para restabelecer as linhas defensivas ao sul do
rio (Dnieper), mas isso ainda precisa ser visto”, disse ele.
Em setembro,
o presidente russo, Vladimir Putin, convocou cerca de 300 mil reservistas para
lutar na Ucrânia.
Especialistas
militares no Ocidente e na Ucrânia dizem que a necessidade de mobilização é um
sinal de que as tropas russas estão fracassando demais nos campos de batalha na
Ucrânia.