“Há coleção de fatores para a queda dos juros”, diz Haddad
"Há coleção de fatores para a queda dos juros", diz Haddad
Copom decide na próxima semana se mantém ou reduz Taxa Selic.
Publicado em 27/07/2023 - 15:38 Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília
Existem
condições favoráveis para que o Banco Central (BC) reduza a Taxa Selic na
próxima semana, disse nesta quinta-feira (27) o ministro da Fazenda, Fernando
Haddad. Desde agosto do ano passado, os juros básicos da economia estão em
13,75% ao ano, no maior nível desde o início de 2017.
“Tem uma
coleção de fatores para a Selic baixar”, disse Haddad ao retornar de reunião no
Palácio da Alvorada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro deu
a declaração ao ser perguntado sobre a elevação da nota da dívida pública
brasileira anunciada na quarta-feira (26) pela agência de classificação de
risco Fitch.
A Fitch
aumentou a nota da dívida pública brasileira de BB- para BB. A agência botou o
país duas posições abaixo do grau de investimento, espécie de selo de bom
pagador que atesta a capacidade de um país honrar os compromissos e não dar
calote na dívida pública.
Inflação
Os analistas de mercado ouvidos pelo boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central com instituições financeiras, acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzirá a Taxa Selic (juros básicos da economia) em 0,25 ponto percentual, para 13,5% ao ano. Além da decisão da Fitch e da elevação da perspectiva de melhoria de nota pela Standard & Poor’s (S&P), outra agência de classificação de risco, o comportamento da inflação tem reforçado as previsões de corte nos juros.
Em junho, o
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou negativo em 0,08%, a
primeira deflação em nove meses. O IPCA-15, que serve como prévia da inflação
oficial, ficou negativo em 0,07% neste mês.
Nos últimos
12 meses, o IPCA acumula alta de 3,16%. O IPCA-15 soma 3,19% no mesmo período.
Para o segundo semestre, os analistas ouvidos pelo boletim Focus acreditam num
leve repique da inflação, mas o IPCA deverá encerrar o ano em 4,9%.
A lei que
deu autonomia ao Banco Central estabelece dois objetivos para a política
monetária: controlar a inflação conforme as metas estabelecidas pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN) e manter o crescimento econômico. Para este ano, a
meta do CMN para a inflação oficial pelo IPCA está fixada em 3,25%, com margem
de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo. Dessa forma, a expectativa
do boletim Focus aproxima-se do teto da meta, de 4,75% para a inflação em 2023.
Edição:
Aline Leal