Haddad diz que CMN discutirá mudança no modelo da meta de inflação
Haddad diz que CMN discutirá mudança no modelo da meta de inflação
Conselho Monetário é composto pelos ministros da Fazenda e do Planejamento, além do presidente do Banco Central. CMN se reúne nesta quinta-feira (29).
Por Ana Paula Castro, TV Globo — Brasília 28/06/2023 21h31 - Atualizado há 12 horas
O ministro
da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (28) que o Conselho
Monetário Nacional (CMN) vai discutir na próxima reunião, marcada para amanhã
(29), possível mudança no modelo da meta de inflação.
O modelo
adotado hoje é de ano-calendário. Ou seja, o CMN define uma meta de inflação
para cada ano.
Haddad tem
defendido que a meta seja contínua, não limitada ao período de um ano.
“[Vamos
discutir] se é o caso ou não de tomar essa decisão sobre padronizar em relação
ao resto do mundo o programa de metas de inflação do Brasil, que é sui generis,
só no Brasil e mais outro país, acho que Turquia, que usa meta
calendário”, disse.
Além do
ministro da Fazenda, o conselho é composto pela ministra do Planejamento e
Orçamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos
Neto.
As decisões
do CMN são tomadas por maioria simples de votos. Então, uma eventual mudança no
modelo de meta precisa de dois dos três votos.
Metas de inflação
Segundo
Haddad, o conselho também vai discutir nesta quinta a meta de inflação para
2026. Isso porque o CMN precisa definir até junho a meta para a inflação de
três anos-calendário à frente.
Também cabe
ao conselho definir o intervalo de tolerância para o cumprimento da meta.
– Meta de
inflação para 2023: 3,25%.
– Intervalo
de tolerância: entre 1,75% e 4,75%.
– Meta de
inflação para 2024: 3%
– Intervalo
de tolerância: entre 1,5% e 4,50%.
– Meta de
inflação para 2025: 3%
– Intervalo
de tolerância: entre 1,5% e 4,50%.
– Meta de
inflação para 2026: a definir.
– Intervalo
de tolerância: a definir.
As metas
para 2023, 2024 e 2025 foram definidas pelo CMN em 2020, 2021 e 2022,
respectivamente.
Então, será
a primeira vez que a atual composição do conselho, que conta com a participação
de dois ministros do governo Lula, será responsável por definir a meta de inflação
para um determinado ano.
Além das
críticas ao nível da taxa básica de juros, que está em 13,75% desde agosto de
2022, Lula também já criticou o patamar da meta.
Em abril, durante café com jornalistas, disse que “se a meta está errada, muda-se a meta”.