Haddad diz que juros altos levaram à prévia negativa do PIB em maio: ‘desaceleração chegou forte’
Haddad diz que juros altos levaram à prévia negativa do PIB em maio: 'desaceleração chegou forte'
Ministro voltou a criticar Banco Central, que vem mantendo taxa Selic em 13,75% desde 2022; governo pressiona por redução. IBC-Br, medido pelo BC, indicou recuo de 2% da economia em maio.
Por Lais Carregosa, g1 — Brasília 17/07/2023 13h22 - Atualizado há 21 minutos
O ministro
da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (17) que a queda de 2%
na atividade econômica em maio, medida pelo Índice de Atividade Econômica
(IBC-Br) do Banco Central, já estava prevista.
O IBR-Br é
considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB) e indica a
evolução da economia brasileira, mês a mês. Para Haddad, o resultado negativo é
reflexo da manutenção dos juros altos no país.
“A
pretendida desaceleração da economia pelo Banco Central chegou forte.
Precisamos ter muita cautela com o que pode acontecer se as taxas forem
mantidas na casa de 10% o juro real ao ano. É muito pesado para a
economia”, afirmou.
O tombo de
2% na economia brasileira em maio foi a maior queda registrada pelo IBC-Br
desde março de 2021 – quando a economia recuou 3,6%. O BC divulga apenas o
dado, sem indicar motivações ou analisar o índice.
Em abril de 2023, a prévia do PIB tinha indicado um crescimento de 0,56% na economia.
O índice é
uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a Selic. Com a economia
crescendo menos, haveria menor inflação.
Em junho, o
BC manteve a Selic em 13,75% ao ano — patamar em vigor desde agosto de 2022.
O Comitê de
Política Monetária do BC, composto pelo presidente e a diretoria da
instituição, se reúne no início de agosto para definir a taxa básica de juros.
A expectativa é que a Selic seja reduzida. Há dois fatores que favorecem essa mudança:
– um aceno a
favor da redução na ata da última reunião do Copom, em junho;
– e a posse de dois diretores do Banco Central
nomeados pelo atual governo: o funcionário de carreira Ailton Aquino e o
ex-secretário do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo.