Hamas propôs cessar-fogo para adiar operação militar em Rafah, diz Netanyahu
Hamas propôs cessar-fogo para adiar operação militar em Rafah, diz Netanyahu
As forças de Israel fizeram uma operação militar por terra na região leste da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Eles afirmaram que foi uma ação localizada em uma área pequena e que deixou 20 combatentes do Hamas mortos.
Por g1
O
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta terça-feira (7)
que a oferta de cessar-fogo do grupo terrorista Hamas é uma tentativa de
impedir a operação militar israelense na cidade de Rafah, no sul da Faixa de
Gaza.
“A oferta do
Hamas tinha o propósito de atrapalhar a entrada das nossas forças em Rafah”,
afirmou o primeiro-ministro em um vídeo, segundo o jornal “Times of Israel”.
Ele afirmou também que os termos da proposta feita na segunda-feira são muito
“brandos” (veja mais abaixo).
As Forças de
Defesa de Israel (FDI) fizeram uma operação militar por terra na região leste
da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza nesta terça-feira (7).
Segundo os
próprios israelenses, foi uma ação localizada, que deixou 20 combatentes do
Hamas mortos. Cerca de 1,4 milhão de palestinos estão concentrados em Rafah.
Muitos deles chegaram à cidade, no sul do território, fugindo da violência da
guerra entre Israel e o Hamas, que foi mais intensa na região norte da Faixa de
Gaza.
A guerra
começou há sete meses, quando o Hamas atacou o território israelense, matou
1.200 pessoas e sequestrou cerca de 250 –acredita-se que hoje ainda restam
cerca de 130 israelenses mantidos reféns pelos terroristas. Segundo as
autoridades de Saúde de Gaza, controladas pelo Hamas, quase 35 mil palestinos
morreram.
Hamas afirmou que aceita termos de
cessar-fogo
Na
segunda-feira (6), horas antes da operação israelense em Rafah, o Hamas afirmou
que aceitou os termos de um acordo de cessar-fogo na guerra elaborado pelo
Egito e pelo Catar.
Netanyahu
disse que pelos termos da proposta, as ações que o Hamas precisaria adotar
foram muito abrandadas em relação a outros textos de acordo já discutidos. “A
oferta do Hamas está muito, muito longe das demandas de Israel”, afirmou.
Os termos da
proposta não foram tornados públicos.
O primeiro-ministro
de Israel afirmou que a operação em Rafah tem como propósito trazer de volta os
reféns e acabar com o Hamas —segundo ele, exercer pressão militar sobre o grupo
terrorista é uma forma de conseguir o retorno dos reféns.
Ele também
afirmou que Israel não vai permitir que o Hamas retome o poder na Faixa de Gaza
e nem que o grupo volte a se armar.
“Israel não
pode aceitar uma proposta que coloca em risco os nossos cidadãos e o futuro do
nosso país”, afirmou ele.
O país, no
entanto, não fechou totalmente as portas para um acordo. Foram enviados
representantes ao Cairo, no Egito, onde acontecem as negociações.
Na
segunda-feira, em nota, o gabinete de Netanyahu afirmou que “embora a
proposta do Hamas esteja longe de satisfazer as principais exigências de
Israel, o Estado Judeu enviará uma delegação de alto escalão ao Egito, num
esforço para maximizar a possibilidade de se chegar a um acordo em termos
aceitáveis para Israel”, afirmou o gabinete do primeiro-ministro na
segunda-feira.
Manifestantes
foram às ruas em Tel Aviv para pressionar o governo do país deles a aceitar o
acordo de cessar-fogo.
Israel pediu para que palestinos se
retirem de Rafah
No começo da
segunda-feira, as FDI pediram para que palestinos começassem a deixar a cidade
de Rafah porque tinham planos de lançar uma operação de “escopo
limitado”.
A retirada
faz parte da “preparação para uma operação terrestre na região”,
disse o porta-voz da FDI, Daniel Hagari.
Israel pediu
especificamente para que os moradores da região leste de Rafah deixassem suas
casas. O Exército disse que tentou avisar, por meio de mensagens de texto,
chamadas telefônicas e anúncios na mídia, cerca de 100 mil pessoas.
“Pedimos
aos habitantes [de Rafah] que se retirem das áreas que designamos”, disse
Daniel Hagari.
Israel diz
que os palestinos podem ir às cidades vizinhas de Al-Mawasi e Khan Younis, onde
Israel disse ter criado uma zona humanitária com hospitais de campanha, tendas,
alimentos e água
Invasão a Rafah
Há semanas,
Netanyahu anunciou que faria uma incursão por terra em Rafah, a cidade no
extremo sul de Gaza para onde cerca de 1,4 milhão de palestinos — mais da
metade da população do território palestino — fugiu desde o início da guerra.
Os Estados
Unidos, a ONU e a comunidade internacional têm pressionado fortemente o governo
israelense para não levar a operação adiante — há o temor de um massacre, já
que a população não tem para onde ir.
O rei
Abdullah II, da Jordânia, disse ao presidente dos EUA, Joe Biden, em encontro
nesta segunda (6) que uma operação israelense em Rafah pode causar um
“novo massacre” na guerra na Faixa de Gaza.
A cidade faz
fronteira com o Egito, mas os palestinos são proibidos de cruzar a fronteira.