Ibovespa abre em alta nesta quarta-feira, com sinais do Fed no radar
Ibovespa abre em alta nesta quarta-feira, com sinais do Fed no radar
Na véspera, o principal índice do mercado de ações brasileiro recuou 0,45%, aos 104.227 pontos.
Por g1 08/03/2023 10h07 - Atualizado há 6 minutos
O Ibovespa,
principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, abriu a sessão desta
quarta-feira (8) em alta.
Às 10h30, o
Ibovespa subia 0,78%, aos 105.044 pontos. Veja mais cotações.
Na véspera,
o Ibovespa teve queda de 0,45%, aos 104.227 pontos. Com o resultado, o índice
passou a acumular perdas de 0,67% no mês e de 5,02% no ano.
O que
está mexendo com os mercados?
Ontem, todas
as atenções do mercado ficaram com o depoimento de Jerome Powell, presidente do
Fed sobre a política monetária nos EUA ao Comitê de Assuntos Bancários,
Habitacionais e Urbanos do Senado. Durante o discurso, Powell afirmou que o BC
norte-americano pode revisar o ponto final de parada do aumento de juros no
país.
“Os
dados que vimos até agora, e ainda temos outros dados para ver, ainda temos
dados significativos para ver antes da reunião, sugerem que a taxa final que
definirmos pode muito bem ser maior do que a que definimos em dezembro”, disse
Powell ao Comitê Bancário do Senado.
O discurso aumentou a percepção de que o Fed poderá elevar sua taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual (p.p.) na próxima reunião, e não em 0,25 p.p.
“Diante
deste cenário, avaliamos que o relatório de emprego a ser divulgado na próxima
sexta feira será fundamental para determinar se o próximo reajuste da taxa de
juros será de 0,25 ou 0,50 pontos de porcentagem”, diz relatório da Genial
Investimentos.
“Ao
mesmo tempo, aumentou significativamente a probabilidade de que nossa projeção
de taxa de juros entre 6,0% e 6,5% ao ano no final do processo de ajuste da
política monetária se efetive.”
Nesta
quarta-feira, Powell, fará, às 12h, o testemunho semestral sobre política
monetária ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes dos
EUA.
Além disso,
o Fed divulga às 16h o “Livro Bege”, um sumário das condições
econômicas atuais que servirá de base para as discussões de política monetária
no encontro programado para os dias 21 e 22 de março.
Juros mais
altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país,
que são considerados os mais seguros do mundo. Isso prejudica os ativos de
risco, como o mercado de ações.
“Com os
bancos centrais determinados a defender sua credibilidade, é provável que os
juros subam mais e permaneçam em níveis restritivos por mais tempo do que os
mercados atualmente esperam, particularmente nos EUA e no Reino Unido”,
disse Matthew Quaife, da Fidelity International, à agência Reuters.
“Acreditamos
que esse aperto acumulado levará a um crescimento mais lento e, finalmente, a
recessões cíclicas nos EUA, Europa e Reino Unido ainda este ano ou no
próximo.”
Ainda nos
EUA, o Escritório de Estatísticas do Departamento de Trabalho dos EUA divulga,
às 12h, a pesquisa de abertura de vagas Jolts referente a janeiro. Em dezembro
de 2022, foram abertas 11,012 milhões de vagas. Expectativa de abertura de 10,5
milhões.
Na Europa, o
PIB da zona do euro ficou estagnado no 4º trimestre de 2022 em relação aos três
meses anteriores, disse a agência europeia de estatísticas, revisando
ligeiramente para baixo os números de crescimento de atividade e de emprego.
Na
comparação com o mesmo período do ano anterior, a zona do euro registrou
expansão de 1,8%, informou a Eurostat em comunicado. Em 14 de fevereiro, a
agência havia divulgado estimativas preliminares de 0,1% na comparação
trimestral e de 1,9% na base anual.
As revisões
ainda confirmaram que a zona do euro evitou por pouco uma recessão técnica
anteriormente esperada.
Sobre
emprego na zona do euro, o número foi para 0,3% em relação ao trimestre
anterior, de 0,4% relatado anteriormente. Na base anual houve aumento de 1,5%,
em linha com as estimativas anteriores. Isso elevou o número total de pessoas
com empregos para 165 milhões, 3,6 milhões a mais do que no final de 2019,
pouco antes da pandemia de Covid-19.