IGP-M: inflação do aluguel fecha 2022 com alta de 5,45%
IGP-M: inflação do aluguel fecha 2022 com alta de 5,45%
Índice volta a acelerar em dezembro e registra alta de 0,45%, após queda de 0,56% em novembro.
Por Thaís Matos, g1 29/12/2022 08h01 Atualizado há 54 minutos
O Índice
Geral de Preços – Mercado (IGP-M) ficou em 0,45% em dezembro, informou nesta
quinta-feira (29) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com isso, a “inflação
do aluguel” fechou 2022 com alta de 5,45%.
“A
última edição do IGP-M de 2022 mostra aceleração dos preços de alimentos
importantes ao produtor e ao consumidor. No índice ao produtor, os maiores
aumentos foram registrados para: feijão, bovinos e óleo de soja refinado. Já no
âmbito do consumidor, as maiores altas foram registradas para alimentos in
natura, com destaque para: tomate e cebola”, afirma André Braz,
Coordenador dos Índices de Preços.
Em dezembro
de 2021, o índice havia subido 0,87% e acumulado alta de 17,78% no ano passado
– a segunda maior alta anual desde 2002. Veja gráfico:
O IGP-M é
conhecido como ‘inflação do aluguel’ por servir de parâmetro para o reajuste de
diversos contratos, como os de locação de imóveis. Além da variação dos preços
ao consumidor, o índice também acompanha o custo de produtos primários,
matérias-primas, preços no atacado e dos insumos da construção civil.
O dado
divulgado hoje reverte um padrão que vinha acontecendo desde 2020: ao contrário
dos anos anteriores, o índice subiu abaixo da inflação oficial do país, medida
pelo IPCA. O IBGE divulgou na última semana que o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país,
fechou o ano em 5,90%.
O que
puxou a alta
Entre os três componentes do IGP-M, a maior alta de 2022 foi observada no Índice Nacional de Custo da Construção, que acumulou elevação de 9,40% no ano. O INCC teve aumento tanto no grupo de mão de obra (11,76%) quanto no de materiais, equipamentos e serviços (7,23%).
Já para o
mês de dezembro, a maior pressão foi observada nos preços ao produtor. Aqui, as
maiores influências foram minério de ferro, feijão, bovinos, óleo de soja
refinado e farelo de soja.
Composição
do IGP-M
O Índice de
Preços ao Produtor Amplo (IPA), que possui peso de 60% na composição do IGP-M,
variou 0,47% em dezembro, puxado por matérias-primas brutas (2,09%), na análise
por estágios de processamento, e produtos industriais (0,92%), na análise por
origem.
O Índice de
Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30%, variou 0,44% no mês. Os grupos
Alimentação (0,99%), Comunicação (0,48%) e Habitação (0,42%) tiveram altas
maiores do que as registradas em novembro.
O Índice
Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10%, teve alta de 0,27% em
dezembro, puxado por materiais, equipamentos e serviços (0,38%).
Impactos
no aluguel
A variação
do IGP-M afeta diretamente famílias que moram de aluguel. Mas os analistas de
mercado imobiliário dizem que há sempre espaço para renegociar um aumento menor
do valor do contrato diante do atual cenário econômico.
Veja algumas
dicas:
– Compare o
valor do seu aluguel com o de imóveis vizinhos.
– Reúna
documentos que comprovem seu ajuste de renda no período.
– Reforce
que você é um bom pagador e cuida do imóvel.
– Se tiver
condições, verifique se é possível gerar descontos para pagamento adiantado.
– Apresente
outros indexadores para reajuste do aluguel ao proprietário, como o IPCA.
– Sugira um
valor de aluguel justo que não comprometa demais a sua renda.
– Mostre
como pretende pagar o aluguel proposto em dia por, pelo menos, um ano.