Indústria fecha 2022 com queda em oito dos 15 locais pesquisados
Indústria fecha 2022 com queda em oito dos 15 locais pesquisados
As maiores quedas do ano foram no Pará (-9,1%) e no Espírito Santo (-8,4%).
Por g1 10/02/2023 09h02 - Atualizado há uma hora
A produção
da indústria nacional teve queda em 8 dos 15 locais no ano de 2022. Já na
passagem de novembro para dezembro, houve expansão em 10 locais.
Os dados são
da Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional), divulgada nesta sexta (10) pelo
IBGE.
As maiores
quedas do ano foram no Pará (-9,1%) e no Espírito Santo (-8,4%). No primeiro
caso, o recuo se deu com o desempenho das indústrias extrativas de minério de
ferro. No segundo, com as indústrias extrativas (óleos brutos de petróleo,
minérios de ferro pelotizados ou sinterizados e gás natural), produtos de
minerais não metálicos e metalurgia.
O setor de
derivados do petróleo foi o que mais contribuiu negativamente, com queda na
produção de óleo diesel e óleos combustíveis, aponta o analista da pesquisa,
Bernardo Almeida.
A principal
influência negativa veio do Pará, seguido do Paraná e de Santa Catarina – neste
último caso, o setor de têxteis (roupas de banho e fitas de tecido) foi o
principal fator.
Ceará
(-4,9%), Pernambuco (-2,3%), Minas Gerais (-1,3%) e Região Nordeste (-1,0%)
também registraram queda na produção no ano de 2022.
“A indústria
começou o ano de 2022 com taxas positivas em sequência, depois há um
resfriamento da produção nacional a partir do segundo semestre. A aceleração da
inflação e o consequente aumento dos juros afetaram diretamente o poder de
compra das famílias. A geração de empregos com baixa remuneração também
impactou nisso. Houve ainda, em grau menor, o desabastecimento de alguns
insumos e o aumento de preços de matérias-primas”, explica Almeida.
Veja a
variação da produção industrial no ano de 2022:
Amazonas:
3,8%
Pará: -9,1%
Região
Nordeste: -1,0%
Ceará: -4,9%
Pernambuco:
-2,3%
Bahia: 2,4%
Minas
Gerais: -1,3%
Espírito
Santo: -8,4%
Rio de
Janeiro: 4,6%
São Paulo:
0,2%
Paraná:
-4,2%
Santa
Catarina: -4,3%
Rio Grande
do Sul: 1,1%
Mato Grosso:
19,4%
Goiás: 1,4%
A produção
industrial brasileira teve variação nula (0,0%) na passagem de novembro para
dezembro e encerrou o ano de 2022 com queda de 0,7%.
De acordo
com o IBGE, o resultado anual deixou o setor operando 2,2% abaixo do patamar
pré-pandemia e 18,5% abaixo do nível recorde da série, registrado em maio de
2011.
Em 2021, a
indústria fechou o ano com alta de 3,9%, interrompendo dois anos seguidos de
queda. A queda em 2022 foi, portanto, a terceira em quatro anos.
Mato
Grosso é destaque positivo
Por outro lado,
Mato Grosso (19,4%) registrou o avanço mais expressivo em 2022, sobretudo pelo
comportamento positivo dos setores de produtos alimentícios (carnes de bovinos
congeladas, frescas ou refrigeradas e tortas, bagaços, farelos e outros
resíduos da extração do óleo de soja) e de coque, produtos derivados do
petróleo e biocombustíveis (álcool etílico).
Rio de Janeiro (4,6%), Amazonas (3,8%), Bahia (2,4%), Goiás (1,4%), Rio Grande do Sul (1,1%) e São Paulo (0,2%) mostraram as demais taxas positivas.
“A maior
influência positiva no resultado do Rio de Janeiro veio do setor de derivados
do petróleo, muito atuante na indústria fluminense. Houve aumento na produção
de óleos combustíveis, óleo diesel, gasolina automotiva e querosene de aviação.
Já no Amazonas, terceiro colocado no ranking de influência positiva, o setor de
bebidas se destacou”, diz Almeida.
Segundo ele,
São Paulo, maior parque industrial do país, teve crescimento tímido, com um
ritmo moderado de produção. “A indústria paulista teve altos e baixos durante o
ano, não existiu uma trajetória de crescimento sustentado, assim como no
resultado nacional”.
Na série com
ajuste sazonal, na passagem de novembro para dezembro de 2022, 10 dos 15 locais
pesquisados mostraram taxas positivas. As expansões mais acentuadas foram em
Mato Grosso (5,8%) e Amazonas (5,6%) – ambos marcando o segundo mês seguido de
crescimento na produção, período no qual acumularam ganhos de 8,9% e 5,8%,
respectivamente.
Ceará
(4,3%), Paraná (3,9%), Pernambuco (2,7%), Rio Grande do Sul (1,0%), Rio de
Janeiro (0,8%), Santa Catarina (0,7%), Região Nordeste (0,6%) e Pará (0,5%)
completaram o conjunto de locais com índices positivos em dezembro de 2022.
Por outro lado, Espírito Santo (-6,8%) e Minas Gerais (-4,9%) apontaram as reduções mais intensas, com o primeiro local eliminando o crescimento do mês anterior (7,3%) e o segundo interrompendo dois meses consecutivos de expansão na produção, período em que acumulou ganho de 3,8%. Goiás (-3,7%), São Paulo (-1,2%) e Bahia (-0,6%) mostraram os demais resultados negativos em dezembro de 2022.