Inflação do aluguel sobe 0,50% em outubro, mas está negativa no ano
Inflação do aluguel sobe 0,50% em outubro, mas está negativa no ano
IGP-M, da FGV, acumula -4,46% desde janeiro.
Publicado por Bruno de Freitas Moura - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
A chamada
inflação do aluguel fechou outubro em 0,50%, acima do 0,37% registrado em
setembro. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) foi divulgado nesta
segunda-feira (30) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
No acumulado
desde janeiro, a taxa apresenta deflação, ou seja, inflação negativa, de 4,46%.
Já na soma de 12 meses, o recuo alcança 4,57%. Isso indica que, na média, a
cesta de produtos analisada pela FGV nesses períodos está mais barata.
Influências
O economista
da FGV André Braz, coordenador da pesquisa, explicou que preços de commodities
(matérias-primas básicas) pressionaram para cima custos no atacado em outubro.
“A taxa
do índice ao produtor continua em aceleração, influenciada pelo aumento nos
preços de importantes commodities, como bovinos (de -10,11% para 6,97%), açúcar
VHP [açúcar bruto] (de -2,70% para 12,88%) e carne bovina (-4,55% para
3,85%)”.
Para Braz,
esse comportamento deve influenciar os preços às famílias na próxima
medição.
“Essas
mudanças, que afetam parcialmente os itens que impactam os preços dos produtos
finais no varejo, em breve, contribuirão para atenuar a deflação observada no
grupo alimentação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Esta classe de
despesa tem atuado como um elemento de estabilização, impedindo que a inflação
ao consumidor acelere em 2023″, detalhou.
Componentes
Para chegar
ao IGP-M, a FGV usa três componentes, o Índice de Preços ao Produtor Amplo
(IPA), que mede os custos no atacado; IPC, que apura o comportamento dos preços
para as famílias; e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
O IPA
registrou aumento de 0,60% em outubro, o IPC teve variação de 0,27%, e o INCC
subiu 0,20%.
Analisando
os custos para as famílias, as principais influências, em ordem de impacto,
foram: educação, leitura e recreação (2,99%), saúde e cuidados pessoais
(0,21%), alimentação (-0,39%), vestuário (0,15%) e despesas diversas (0,06%).
Aluguel
O acumulado
de 12 meses do IGP-M é comumente utilizado para corrigir os contratos de
aluguel anualmente. Porém, em alguns contratos consta a expressão “variação
positiva” do índice, o que implica que, no caso como o atual, o aluguel não é
reajustado para cima, mas também não é reduzido.
Edição:
Maria Claudia