Invasor de Portugal x Uruguai é banido da Copa do Mundo

Invasor de Portugal x Uruguai é banido da Copa do Mundo

Após o italiano Mario Ferri dizer que tinha ingressos para outras partidas da competição, comitê da Fifa confisca documento e decide banir o torcedor de todos os jogos da Copa.

Por Daniel Mundim — Doha, Catar 29/11/2022 10h51  Atualizado há uma hora

O italiano Mario Ferri, que invadiu o gramado do estádio Lusail durante Portugal 2 x 0 Uruguai com bandeira LGBTQIA+ e mensagens de solidariedade à Ucrânia e às mulheres iranianas, foi banido pela Fifa de assistir aos outros jogos da Copa do Mundo. De acordo com o Comitê Supremo para Entregas e Legado da Copa do Mundo, Ferri teve o Hayya Card (algo como uma autorização criada para os torcedores na Copa) cancelado e não poderá mais entrar em nenhum estádio da competição.

Inicialmente, o italiano tinha sido liberado pelas autoridades cataris. Em entrevista ao ge, ele contou que tinha se encontrado com Gianni Infantino, presidente da Fifa, e que tinha ingressos para outros jogos, mas que não iria repetir a invasão de campo.

 

Confira a nota oficial do Comitê Supremo para Entregas e Legado da Copa

– Após a invasão de campo na última noite durante a partida entre Portugal e Uruguai, podemos confirmar que o indivíduo envolvido foi liberado logo após ser removido do campo. Sua embaixada foi informada. Como consequência de suas ações, e como de praxe, seu Hayya Card foi cancelado e ele foi banido de estar em futuras partidas neste torneio.

O Hayya Card é um cartão destinado aos turistas que estão no Catar para assistir à Copa do Mundo, apenas com ele que as pessoas podem entrar nos estádios, por exemplo. Aos 35 anos, Ferri é famoso por invasões de campo e na partida da última segunda ele fez isso pela 11ª vez na vida. Famoso nas redes sociais, “Falcão” invadiu o gramado de uma Copa do Mundo pela terceira. A primeira foi nas oitavas de final da Copa de 2014, no Brasil, entre Bélgica e Estados Unidos.

Ele circulava pelos arredores do Lusail horas depois da partida e disse que foi bem tratado pela polícia catari. E mais. Afirmou que teve um encontro com o presidente da Fifa, Gianni Infantino.

– Escolhi o melhor cenário para mandar as mensagens. Quando me prenderam, o Infantino (presidente da Fifa) desceu e perguntou “Por quê? Por quê? Por quê?”. Ele se lembrava das outras (invasões em) Copas. Eu disse: porque jogamos polícia e ladrão. Eu contra 5 mil – contou ao ge.

 

As mensagens do protesto

Símbolos LGBTQIAP+ viraram centro de muita polêmica na Copa do Mundo do Catar, devido ao tratamento dado no país a pessoas com orientações sexuais que não sejam heterossexuais. Um dirigente catari recomendou que bandeiras com as cores do arco-íris sejam evitadas pelos visitantes durante o torneio, para que seus portadores não corram risco de agressão.

A polêmica cresceu com a proibição da Fifa ao uso da braçadeira “One Love”, que tem símbolos coloridos em apoio à diversidade. Já houve relatos de espectadores da Copa de que teriam sido abordados por forças de segurança com ameaças de confisco de bandeiras e camisas com desenhos do arco-íris.

Outra polêmica envolve os protestos contra a polícia da moralidade iraniana, após a morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, presa por por supostamente violar leis do Irã que exigem que as mulheres cubram os cabelos com um hijab. Muitos torcedores iranianos têm usado os jogos para protestar. Uma torcedora que vestia a camisa da seleção com o nome e idade de Amini foi abordada pelos seguranças do torneio.

A Fifa proíbe manifestações de cunho político nos jogos da Copa do Mundo. Algumas seleções encontraram formas criativas de driblar o veto: os jogadores do Irã não cantaram o hino do país na estreia, os jogadores da Alemanha taparam a boca antes da foto pré-jogo em seu jogo contra o Japão, e a Inglaterra vem ajoelhando no gramado antes de cada partida.

 

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