Investigação sobre invasão ao Capitólio dos EUA faz audiência final; relembre principais conclusões
Investigação sobre invasão ao Capitólio dos EUA faz audiência final; relembre principais conclusões
Comissão da Câmara dos Estados Unidos investiga há um ano e meio o caso, no qual apoiadores de Donald Trump invadiram o Congresso dos EUA contra resultados das eleições. Deputados devem recomendar julgamento contra Trump.
Por France Presse 19/12/2022 10h14 Atualizado há 46 minutos
Após um ano
e meio de audiências e mais de mil depoimentos, o comitê da Câmara dos Estados
Unidos que investiga a responsabilidade do ex-presidente Donald Trump na
invasão no início de 2021 ao Capitólio dos Estados Unidos apresenta suas
conclusões em audiência final nesta segunda-feira (19).
Os deputados
que integram o comitê devem recomendar um julgamento contra Trump e seus
apoiadores. Eles apresentarão os oito capítulos de sua extensa investigação.
A seguir,
alguns dos principais elementos da investigação:
‘Tentativa
de golpe’
Formada por
sete democratas e por dois republicanos, a comissão queria esclarecer as ações
do ex-presidente antes e durante o dia 6 de janeiro de 2021.
A
investigação procurou provar que a rejeição de Trump aos resultados das
eleições de novembro de 2020 não foi apenas um acesso de raiva do perdedor, mas
sim parte central de uma estratégia cuidadosa para desafiar a Constituição e
manter o poder.
Trump esteve
“no centro de “uma tentativa de golpe”, comentou o chefe do
comitê, o legislador Bennie Thompson.
Pressão
sobre o vice-presidente
Em uma série
de audiências, o Comitê assegurou que era impossível Trump não saber que havia
perdido a eleição para Joe Biden.
Suas teorias
de “fraude eleitoral” não convenceram vários membros de seu círculo
íntimo, incluindo conselheiros, seu procurador-geral e até mesmo sua própria
filha Ivanka, que testemunhou perante o comitê.
Na tentativa
de invalidar a eleição presidencial, Trump pressionou autoridades eleitorais,
especialmente nos estados da Geórgia e do Arizona. A comissão revelou a
extensão dessa intimidação, convidando vários deles para testemunharem
pessoalmente.
O
republicano também pediu que seu vice-presidente, Mike Pence, bloqueasse a
certificação da vitória de Joe Biden.
Passividade
Trump
convocou seus apoiadores a irem a Washington em 6 de janeiro, pedindo-lhes que
“lutassem como loucos”.
O
ex-presidente dos EUA sabia que alguns dos manifestantes estavam armados,
segundo a ex-assessora da Casa Branca Cassidy Hutchinson, durante uma audiência
em junho.
Ainda assim,
Trump tentou se juntar à multidão a caminho do Congresso, tomando o volante do
veículo presidencial das mãos de um agente do Serviço Secreto, de acordo com o
testemunho explosivo de Hutchinson.
Assim, o
ex-presidente passou três horas assistindo pela televisão às imagens da
violência deflagrada no Capitólio sem intervir.
Os membros
da comissão parlamentar consideraram que, no mínimo, ele “negligenciou
totalmente seu dever” como comandante-em-chefe.
Recomendação
de acusações
Especialistas
em direito dizem que Trump pode ser processado criminalmente por “obstruir
um processo oficial do governo”, ou por uma acusação mais ampla de
“conspirar para fraudar” o governo, perturbando o funcionamento de
suas instituições.
A decisão de
apresentar acusações caberá ao procurador-geral Merrick Garland, que nomeou, em
novembro, um procurador especial para investigar Trump de forma independente.
A comissão também pode fazer recomendações legislativas para proteger o processo de certificação dos resultados eleitorais para que os eventos de 6 de janeiro de 2021 não se repitam.