IPCA sobe 0,84% em fevereiro e acumula 5,60% em 12 meses
IPCA sobe 0,84% em fevereiro e acumula 5,60% em 12 meses
O grande peso para o resultado foi o grupo de Educação, que teve alta de mais de 6% no mês com o reajuste de mensalidades de cursos regulares.
Por Raphael Martins, g1 10/03/2023 09h00 - Atualizado há uma hora
O Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador considerado a inflação
oficial do país, subiu 0,84% em fevereiro, segundo dados divulgados nesta
sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado
vem na sequência de um avanço de 0,53% em janeiro e foi mais brando que em
fevereiro de 2022, mês que havia fechado com alta de 1,01%
Com isso, o
país passa a ter uma inflação acumulada de 5,60% na janela de 12 meses.
Os dois
primeiros meses de 2023 acumulam alta de 1,37% nos preços. Neste mês, oito dos
nove grupos de preços registraram alta. A exceção foi vestuário (-0,24%), que
também teve queda em janeiro (-0,27%).
Na outra
ponta, o grande peso para o resultado do IPCA de fevereiro foi o grupo de
Educação, que teve alta de 6,28% no mês. Segundo o IBGE, essa foi a taxa mais
alta desde fevereiro de 2004, quando houve variação de 6,70%.
Na
composição geral, o grupo representou 0,35 ponto percentual do total do índice
no mês. A alta elevada reflete os reajustes de mensalidade praticados no início
do ano.
Veja o
resultado dos nove grupos que compõem o IPCA:
Alimentação
e bebidas: 0,16%
Habitação:
0,82%
Artigos de
residência: 0,11%
Vestuário:
-0,24%
Transportes:
0,37%
Saúde e
cuidados pessoais: 1,26%
Despesas
pessoais: 0,44%
Educação:
6,28%
Comunicação:
0,98%
Educação
em forte alta
A abertura
do grupo de Educação mostra que o ensino médio registrou a alta percentual mais
relevante (10,28%), mas foi acompanhado de perto pelo ensino fundamental
(10,06%), pré-escola (9,58%) e creche (7,20%). O maior peso, contudo, vem do
ensino fundamental, que trouxe impacto de 0,15 ponto percentual no índice do
mês.
O IBGE ainda
destaca altas relevantes no ensino superior (5,22%), em cursos técnicos (4,11%)
e pós-graduação (3,44%). Os cursos regulares, que reúnem todas essas
categorias, tiveram aumento médio de 7,58%.
“Fevereiro é
sempre muito marcado pela educação, pois os reajustes efetuados pelos
estabelecimentos de ensino na virada do ano são contabilizados nesse mês.
Normalmente, essa alta de educação fica indexada ao próprio IPCA, ou seja, o
reajuste das mensalidades é baseado na inflação do ano anterior”, explica o
gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
Produtos de
higiene, energia e aluguel pesaram
O grupo
Saúde e cuidados pessoais (1,26%) também teve peso importante no resultado do
IPCA de fevereiro, em especial por conta dos itens de higiene pessoal, que
tiveram alta de 2,80%. Dentro da composição do índice, o grupo teve peso de
0,16 ponto percentual para o resultado final.
Já o grupo
Habitação, que subiu 0,82% em fevereiro, teve contribuição importante dos
preços de energia elétrica residencial (1,37%). Ainda dentro de grupo, houve
alta de 0,88% vinda do aluguel residencial. Ambos são aumentos sazonais que
costumam pesar nesta época do ano.
De olho
nos combustíveis
O grupo Transportes ainda não foi pressionado em fevereiro pela reoneração dos impostos sobre combustíveis, que será de R$ 0,47 para a gasolina e de R$ 0,02 para o etanol. O retorno dos impostos federais só foi anunciado no dia 28, e deve se refletir nos preços apenas em março.
Ainda assim,
a maior contribuição para a alta de Transportes (0,37%) veio da gasolina, que
subiu 1,16%. Já etanol (-1,03%), gás veicular (-2,41%) e óleo diesel (-3,25%)
tiveram quedas superiores a 1%, ressalta o IBGE.
Outro
destaque foi a redução expressiva de preços de passagens aéreas: queda de
9,38%.
Vestuário
em queda
O único
grupo que registrou redução de preços nesta medição do IBGE foi Vestuário.
Trata-se de um setor que acumulou sucessivas altas desde o impacto da pandemia de
Covid-19, em virtude da redução de compra causada pelo isolamento social e por
conta das quebras da cadeia logística.
“Esse grupo
vinha apresentando sucessivas altas há muito tempo. É natural, portanto, que os
preços comecem a baixar”, diz Kislanov, pesquisador do IBGE.
Neste mês,
destaque para as quedas das roupas masculinas (-0,58%) e femininas (-0,45%).
INPC tem
alta de 0,77% em fevereiro
Por fim, o
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — que é usado como referência
para reajustes do salário mínimo, pois calcula a inflação para famílias com
renda mais baixa — teve alta de 0,77% em fevereiro. Em janeiro, a alta foi de
0,46%.
Assim, o
INPC acumula alta de 1,23% no ano e de 5,47% nos últimos 12 meses. Em fevereiro
de 2022, a taxa foi de 1%.