Ipea projeta maior crescimento e menor inflação em 2023
Ipea projeta maior crescimento e menor inflação em 2023
Nova previsão é que o PIB cresça 2,2% em 2023.
Publicado em 05/07/2023 - 14:35 Por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
O Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), diante dos avanços observados na
economia brasileira nos três primeiros meses do ano, reviu as previsões
econômicas e espera que o Brasil cresça mais e que a inflação seja menor do que
o esperado anteriormente para 2023. As novas previsões e as análises do
instituto foram divulgadas hoje (5), na Visão Geral da Conjuntura.
A nova
previsão do instituto é que o Produto Interno Bruto (soma de todos os bens e
serviços finais produzidos no país – PIB) cresça 2,2% em 2023. A antiga
previsão, até março, era de um crescimento de 1,4%. Já a inflação deve ser
menor. A previsão da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac)
para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,6% para
5,1% em 2023.
De acordo
com o relatório, a revisão da previsão do PIB em 2023 ocorreu após o
crescimento dos primeiros três meses do ano ter superado as expectativas do
Ipea. A previsão do instituto para o período era um crescimento de 1,2% em
relação ao período anterior, ou seja, em relação aos últimos três meses de
2022, e que avançasse 2,7% em comparação com os primeiros três meses de 2022. O
crescimento, no entanto, foi maior, 1,9% em relação ao trimestre anterior e 4%
em relação ao mesmo período de 2022.
A inflação menor que a esperada, por sua vez, ocorre também devido à valorização do real brasileiro, que junto com a deflação das cotações das commodities resulta em força que pressiona para baixo os preços no atacado, induzindo a um cenário de desinflação no varejo e nos preços ao consumidor. Para o restante do ano, portanto, a perspectiva é, segundo a análise divulgada, de estabilidade.
No
documento, os pesquisadores detalham alguns fatores que contribuem com o
cenário projetado. Dentre eles, o aumento da demanda por commodities
brasileiras, motivada, entre outros fatores, pela reabertura econômica da
China. Este ano, o Brasil registrou recordes de superávit mensal na balança
comercial para o mês, puxados pelo aumento das exportações de commodities como
petróleo, minério de ferro, milho e soja.
Dentro do
país, o Ipea aponta duas forças distintas em direções opostas. De um lado, a
manutenção por período prolongado de taxas de juros elevadas por parte da
autoridade monetária, alcançando o valor médio anualizado de 45% no mercado de
crédito, o que pressiona para baixo o crescimento. De outro, impulsionam o
crescimento, as medidas fiscais que permitem a sustentação da renda das
famílias, assim como a elevação da demanda pública, tanto do consumo do governo
como dos investimentos públicos.
O Ipea
destaca ainda que novas medidas continuam atuando no sentido de sustentar a renda
das famílias no segundo trimestre do ano como um novo aumento do salário
mínimo, reajuste dos salários dos funcionários públicos federais, antecipações
do abono salarial e os ajustes do valor do Bolsa Família.
O relatório
pode ser acessado na íntegra na internet.
Edição:
Valéria Aguiar