Isenção da gasolina dura só até fevereiro; decisão definitiva depende de política de preços da Petrobras
Isenção da gasolina dura só até fevereiro; decisão definitiva depende de política de preços da Petrobras
Em conversa com jornalistas, Haddad disse que Lula vai tomar decisão mais duradoura quando a nova diretoria da estatal estiver empossada.
Por g1 - 03/01/2023 06h01 Atualizado há 5 horas
O governo
publicou na segunda-feira (2) a medida provisória que prorroga a desoneração
dos impostos federais que incidem sobre os combustíveis. A medida, determinada
inicialmente pelo governo Bolsonaro, expiraria no domingo, caso não houvesse
prorrogação.
Com a nova
MP, as alíquotas de PIS/Pasep e Cofins que incidem sobre gasolina, álcool,
querosene de aviação e gás natural veicular seguirão zeradas até 28 de
fevereiro. A MP também zerou a Cide sobre a gasolina por igual período.
Já para o
diesel, o biodiesel, o gás natural e o gás de cozinha, a isenção de imposto foi
prorrogada até o final deste ano.
Vencidos os
novos prazos, se não houver nova prorrogação, os impostos federais voltarão a
incidir sobre os combustíveis.
‘Trégua’
Após tomar
posse na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a
medida serve para dar tempo à nova diretoria da Petrobras para tomar posse e definir,
com calma, uma nova política de preços para os combustíveis, que possa
‘suavizar’ a alta de preços esperada com a retomada da tributação.
“O
presidente quer tomar essa decisão quando a diretoria tomar posse”,
declarou Haddad.
Na última
sexta (30), Jean Paul Prates, indicado para a presidência da Petrobras,
classificou a prorrogação como uma “trégua” na tributação.
“Estamos
tratando de uma indicação, de uma forma de manter um certo período de graça
nesse processo para poder rediscuti-lo, o que não quer dizer que não vai haver
a discussão”, disse.
O assunto
não é uma unanimidade no governo. Antes da posse, o ministro queria que a
desoneração acabasse em 2022 e pediu para a equipe econômica do governo
Bolsonaro não prorrogá-lo. Com a volta da cobrança dos impostos, o governo
poderia arrecadar quase R$ 53 bilhões neste ano.
Já outros
nomes do governo, como o próprio Prates, Gleisi Hoffmann (presidente do PT) e
Miriam Belchior (secretária-executiva da Casa Civil) pediram que a desoneração
fosse estendida.
O que
pode fazer a Petrobras?
De acordo
com o blog do Valdo Cruz, a intenção do governo Lula é criar um mecanismo, como
um fundo de recursos de tributos, para conter a alta dos combustíveis, mas
ainda não há uma posição final.
Ao blog da
Andreia Sadi, Prates disse que a política de preços dos combustíveis é
“assunto de governo, e não apenas de uma empresa de mercado.”
Ele afirmou
que a empresa vai se ajustar às diretrizes que o governo determinar. “Mas
certamente todos neste processo irão levar em conta a conciliação entre ter
vantagem de se produzir petróleo e combustíveis no Brasil e o retorno do
investimento de acionistas e parceiros”, afirmo.