Israel ataca acampamento em Rafah, e bombardeio deixa 45 mortos

Israel ataca acampamento em Rafah, e bombardeio deixa 45 mortos

Um dos locais atingidos fazia entrega de ajuda humanitária na região. Israel diz que ataque matou dois líderes do Hamas na região.

Por g1

Cerca de 45 pessoas morreram durante um ataque de Israel em uma área designada para deslocados em Rafah, na Faixa de Gaza, no domingo (26), afirmou nesta segunda-feira (27) o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

O ataque também deixou dezenas de feridos. Tendas de ajuda humanitária no local pegaram fogo após as explosões.

Este é o segundo dia de ataques do Exército israelense em Rafah, a cidade no extremo sul de Gaza para onde cerca de 1,5 milhão de palestinos fugiram por ataque de Israel no resto do território palestino.

Israel disse que uma investigação prévia mostrou que as vítimas foram mortas por incêndios causados pelo bombardeio. O porta-voz do governo, Avi Hyman, afirmou que uma investigação maior sobre o caso está sendo feita.

O Exército israelense também se manifestou e disse que está ciente sobre os civis feridos em decorrência do ataque e que analisa o caso.

Inicialmente, Israel afirmou que o alvo do ataque aéreo era um complexo do Hamas em Rafah e que os locais atingidos “eram legítimos sob as leis internacionais”. Dois líderes do grupo terrorista foram mortos na operação, de acordo com o Exército do país.

O governo israelense afirmou ainda que os alvos foram “definidos com base em informações precisas”, que indicavam que a área era usada pelo grupo terrorista.

A Médicos Sem Fronteiras publicou mensagem de que ao menos 15 mortos em decorrência do ataque foram levadas para um ponto de apoio da organização e que pede por um cessar-fogo imediato em Gaza.

Na sexta (24), a Corte Internacional de Justiça, o tribunal mais alto da Organização das Nações Unidas (ONU) para julgar disputas entre Estados, ordenou que Israel interrompesse todas as operações militares em Rafah. A decisão é obrigatória, mas o tribunal não dispõe de força policial para garantir que o país a cumpra.

A corte também determinou que o governo israelense permitisse a entrada de ajuda humanitária pela fronteira entre o sul de Gaza e o Egito, além de garantir o acesso de observadores externos para monitorar a situação.

Em resposta à ordem da Corte Internacional, o governo de Israel disse que alegações apresentadas são “falsas, ultrajantes e nojentas” e que a campanha militar “não levou e não vai levar à destruição da população palestina civil em Rafah”.

O Hamas, em comunicado, disse que o plano do tribunal de enviar representantes à Faixa de Gaza é bem-vindo e prometeu cooperar.

Com a ordem, caminhões com ajuda humanitária vindos do Egito começaram a entrar na Faixa de Gaza através da passagem de fronteira de Kerem Shalom, controlada por Israel, neste domingo, informou o canal egípcio Al-Qahera News.

Duzentos caminhões seguiram do lado egípcio da passagem de fronteira de Rafah, fechada desde o início de maio, quando Israel tomou o controle do lado palestino do terminal, até a passagem de Kerem Shalom, a uma distância de quatro quilômetros, informou a emissora.

O Egito se recusa a coordenar a entrega de ajuda humanitária por Rafah enquanto o lado palestino for controlado pelas tropas de Israel.

Toda a ajuda procedente do Egito é inspecionada pelas autoridades israelenses e distribuída com a coordenação da ONU.

Ainda neste domingo, o grupo terrorista Hamas lançou foguetes contra Tel Aviv, em Israel, fazendo com que as sirenes de alerta fossem acionadas pela primeira vez em quatro meses. As forças militares israelenses afirmam que, no sul de Gaza, na região de Rafah, pelo menos oito foguetes foram disparados e vários foram interceptados.

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