Juíza autoriza polícia a usar Ferrari e Land Rover apreendidos em operação que investiga Gusttavo Lima e Deolane Bezerra
Juíza autoriza polícia a usar Ferrari e Land Rover apreendidos em operação que investiga Gusttavo Lima e Deolane Bezerra
Carros de luxo são avaliados em R$ 7 milhões e R$ 1 milhão. Operação Integration apura suposto esquema de lavagem de dinheiro proveniente de jogos ilegais.
Por Artur Ferraz, g1 PE
A juíza
Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, autorizou a Polícia
Civil de Pernambuco a utilizar, por sete meses, dois carros de luxo apreendidos
na Operação Integration, que investiga um suposto esquema de lavagem de
dinheiro obtido com jogos ilegais e tem como alvos o cantor Gusttavo Lima e a
influencer Deolane Bezerra.
Os carros de luxo são:
Uma Land
Rover RRS P530 LE, que custa em torno de R$ 1 milhão (o documento não informa a
quem pertence o veículo);
Uma Ferrari Purosangue, avaliada em R$ 7,1 milhões e adquirida por Darwin Filho em 24 de julho deste ano.
A decisão
foi publicada no dia 30 de outubro pela juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª
Vara Criminal do Recife. No mês passado, ela já havia autorizado a corporação a
usar quatro aviões que pertenceram a Gusttavo Lima e à Esportes da Sorte.
A medida
atende a um pedido da Polícia Civil. Durante o período em que ficarão sob a
posse da corporação, os veículos devem ser expostos em ambientes internos da
Delegacia Geral e em eventos institucionais.
Segundo a
decisão, o objetivo é garantir a “preservação dos bens” e mostrar à
população, “especialmente às crianças e adolescentes”, a atuação da
instituição contra “delitos de colarinho branco”. A utilização dos
carros para ações de rotina de investigação foi proibida.
“A
exposição dos veículos deve seguir a diretriz pedagógica, visando conscientizar
a população, especialmente a juventude, sobre a atuação da Polícia Civil no
combate a crimes de colarinho branco e na luta contra organizações criminosas.
Afinal de contas, a educação é uma ferramenta poderosa de empoderamento”,
afirmou a juíza na decisão.
A operação
foi deflagrada em 4 de setembro, com o cumprimento de mandados de prisão,
incluindo os de Deolane e da mãe dela, Solange Bezerra, e de busca e apreensão
em Pernambuco e nos estados da Paraíba, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e
Goiás.
No mesmo
dia, o avião de Gusttavo Lima foi apreendido no aeroporto de Jundiaí, no
interior paulista. O cantor estava na Grécia, para onde havia viajado em 1º de
setembro na companhia de Rocha Neto e Aislla, casal de empresários investigado
na mesma operação.
Em 9 de
setembro, o Tribunal de Justiça de Pernambuco permitiu que Deolane fosse para
prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica.
A
influenciadora também foi proibida de se manifestar por meio de redes sociais,
imprensa e outros meios de comunicação.
No entanto,
ao deixar a Colônia Penal Feminina do Recife, Deolane falou com a imprensa e
com fãs que se aglomeravam no local. Em seguida, postou uma foto no Instagram
em que aparece com a boca coberta por uma fita, com a inscrição de um
“X” no meio.
Em 10 de
setembro, Deolane teve a prisão domiciliar revogada e voltou a ficar detida.
Em 15 de
setembro, Gusttavo Lima foi indiciado por lavagem de dinheiro e organização
criminosa.
Em 23 de
setembro, a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife,
decretou a prisão preventiva de Gusttavo Lima e do empresário dele, Bóris
Maciel Padilha.
Horas antes,
entretanto, Gusttavo Lima havia deixado o Brasil em um voo privado que saiu de
madrugada do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, com destino a Miami, na
Flórida (Estados Unidos).
No mesmo
dia, o Tribunal e Justiça de Pernambuco permitiu novamente que Deolane deixasse
a prisão. Outros 17 investigados obtiveram habeas corpus na ocasião.
No dia 24 de
setembro, a ordem de prisão preventiva de Gusttavo Lima foi revogada pelo
relator do caso, o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, da 4ª Câmara
Criminal do TJPE.
O magistrado
alegou que as justificativas dadas pela juíza para a ordem de prisão
constituíam “meras ilações impróprias e considerações genéricas”.