Liga dos Campeões: PSG encara Bayern por nova chance ao trio Messi, Neymar e Mbappé
Liga dos Campeões: PSG encara Bayern por nova chance ao trio Messi, Neymar e Mbappé
Com novo treinador e esquema tático, equipe francesa quer espantar fantasmas e vingar final perdida em 2020.
GE - 14/02/2023 06h30 - Atualizado há 3 horas
Imagine um time com um dos maiores jogadores de todos os tempos e atual campeão da Copa do Mundo, o artilheiro da última Copa e craque de sua geração e o melhor brasileiro nos últimos 13 anos?
Pois esse time existe, é o Paris Saint-Germain, e quer provar, contra o Bayern de Munique, pelas oitavas-de-final da Liga dos Campeões nesta terça (14), às 16h, que superou o fantasma de sempre falhar na “hora H”.
A primeira pergunta que vem à mente é: como um time com Messi, Neymar e Mbappé ainda não conquistou a Liga dos Campeões?
Tudo bem que Messi tem apenas uma temporada completa. Mas o diagnóstico é o mesmo há anos: o PSG tem grandes talentos, craques capazes de decidir jogos. Mas quando chegava na hora H, sofria com lesões (principalmente de Neymar) e um elenco curto, em especial no meio de campo.
A ideia ficou evidente após o PSG ser eliminado de forma cruel pelo Real Madrid na última Liga dos Campeões. No jogo de ida, o 1 a 0 para a equipe francesa ficou barato: foi um domínio total e grande atuação de Courtois. No Santiago Bernabeu, Mbappé abriu o placar com assistência de Neymar e tudo parecia ir bem.
Mas aí veio Carlo Ancelotti e um nó tático que jamais será esquecido. O treinador trocou Kroos por Camavinga e Asensio por Rodrygo para mudar a forma do Real marcar o PSG. Com uma postura mais avançada e Camavinga anulando Messi, o Real fez três gols e impôs mais um trauma.
Ancelotti mirou em algo muito básico: por mais craque que Neymar, Messi e Mbappé sejam, eles não jogam sozinhos. Precisam de um time que dê a bola para eles decidirem. Que proteja a defesa. Que segure para os craques decidirem.
Não há exemplo melhor do que a Copa do Mundo, com Rodrigo De Paul cobrindo Messi pela direita. Ou Griezmann se tornando um “faz tudo” no meio para Mbappé não voltar para marcar.
É por isso que o PSG adotou medidas drásticas. Renovou com Mbappé pela astronômica quantia de o R$ 1,5 bilhão em luvas, além de oferecer um salário de R$ 525 milhões por temporada ao jogador. Promoveu saídas de vários jogadores de tarimba e contratou jovens como Mukiele, Ekitiké, Vitinha, Fabián Ruiz e Carlos Soler.
E surpreendeu ao anunciar Christophe Galtier para o lugar de Mauricio Pochettino. Ao contrário da grife de Zidane e Gallardo, um treinador low-profile, que promete jogo coletivo e craques decisivos quando o momento chega.
Vários
esquemas e Neymar em muitas funções
O treinador
já promoveu vários esquemas táticos no PSG. Começou a temporada num 3-4-3, foi
para um 4-3-1-2 e nos últimos jogos coloca um 4-4-2, com Neymar aberto pelo
lado esquerdo.
Com um
losango no meio de campo, Galtier promove um PSG com mais posse. Ele quer que
Vitinha, Verratti e Fabían se revezam no papel de buscar a bola da dupla de
zaga, com os laterais mais avançados. Muitas vezes, os três podem se aproximar
e jogar bem juntos, com passes curtos. A ideia da aproximação é atrair a
marcação para longe de Neymar, que serve com o elo entre setores: ele espera a
bola nas costas da defesa e liga a jogada entre os volantes e Mbappé e Messi.
Já no 4-4-2,
Neymar continua com o papel de ser um elo de ligação. Mas ganha o apoio de
Carlos Soler no ataque – na imagem, ele está na mesma faixa de Messi e Neymar –
e Vitinha assume a função de pensar o jogo lá de trás. Com Verratti de volta ao
time, a equipe ganha ainda mais qualidade para acionar o trio mais fantástico
do mundo.
Galtier pode
surpreender no confronto contra o Bayern, mas se as três estrelas estiverem com
condições, é pouco provável que ele deixe alguém no banco: as chances do PSG
passar de fase moram juntamente nas combinações entre Messi, Neymar e Mbappé.
O adversário
da vez também está em reconstrução. Com as chegadas de Cancelo e Mané e a saída
de Lewandowski, o Bayern de Julian Naggelsmann está se renovando e jogando um
futebol de alta velocidade, que promete ter menos a bola e ser ainda mais
agressivo no contra-ataque.
Não será um desafio fácil. Mas nada que Messi, Neymar e Mbappé não tenham superado em suas carreiras. Falta provar que juntos, podem superar também no PSG.