Lula embarca para COP 28 em Dubai e visita mais três países
Lula embarca para COP 28 em Dubai e visita mais três países
Arábia Saudida, Catar e Alemanha estão na programação da comitiva.
Publicado por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva embarcou, nesta segunda-feira (27), para participar
da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 28), em Dubai,
nos Emirados Árabes. Na oportunidade, ele ainda visitará Arábia Saudita, Catar
e Alemanha para tratar de temas de interesse do país e se reunir com
empresários, na busca de investimentos para o Brasil.
“A
caminho de Riade, capital da Arábia Saudita, para uma série de agendas de
interesse nacional. Abertura de mercados e atração de investimentos,
principalmente em energia renovável. Depois, iremos para Doha, e teremos a COP
28 nos Emirados Árabes. Muito trabalho para recolocar nosso país no cenário
internacional, e atrair investimentos que gerem emprego e desenvolvimento para
o Brasil”, escreveu o presidente nas redes sociais.
Com isso, o
vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, assume o comando do país. Na
comitiva presidencial estão vários ministros, incluindo Marina Silva, do Meio
Ambiente e Mudança do Clima, e Mauro Vieira, das Relações Exteriores, além da
primeira-dama Rosângela Lula da Silva e convidados
A COP 28
deverá fazer um balanço da implementação do Acordo de Paris – estabelecido na
COP 21, em 2015. O Brasil deverá endossar o compromisso de manter o aumento da
temperatura média global em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, além de
cobrar recursos para reparação e para uma transição justa para os países em
desenvolvimento.
Metas
Na COP 21,
cada país signatário estabeleceu metas próprias de redução de emissão de gases
de efeito estufa, chamadas de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na
sigla em inglês). A NDC brasileira, atualizada em 2023, estabelece que o Brasil
deve reduzir as próprias emissões em 48% até 2025 e 53% até 2030, em relação às
emissões de 2005.
Além disso,
em 2023, o Brasil reiterou compromisso de alcançar emissões líquidas neutras
até 2050. Ou seja, tudo que o país ainda emitir deverá ser compensado com
fontes de captura de carbono, como plantio de florestas, recuperação de biomas
ou outras tecnologias.
Após o
balanço na COP 28, a principal expectativa da COP 29 é definir novo patamar
para financiar a ação climática e, depois disso, na COP 30, que ocorrerá no
Brasil, o esperado é que os países apresentem suas novas NDCs.
A COP 28
ocorrerá entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro. O presidente Lula
deverá participar nos dias 1 e 2 de dezembro, durante a reunião de cúpula com
140 chefes de Estado e de governo. O Brasil terá uma delegação com cerca de 1,5
mil participantes da sociedade civil, de empresas privadas, do Congresso
Nacional, de governos estaduais e do governo federal.
Agendas bilaterais
Antes de
Dubai, a primeira parada da viagem internacional de Lula será em Riade, na
Arábia Saudita, onde o presidente se reunirá com o príncipe herdeiro Mohammed
bin Salman, que cumpre as funções de chefe de Estado. Lula também participará
de um encontro com empresários sauditas e de um evento de promoção de produtos
da empresa brasileira Embraer. A expectativa é de incremento dos investimentos
sauditas no Brasil nos próximos anos.
No Catar,
Lula aproveitará o contato com lideranças políticas e empresariais para
aprofundar e diversificar a relação bilateral. Além disso, o presidente deve
tratar da guerra entre Israel e o grupo político-militar palestino Hamas, que
controla da Faixa de Gaza. O Catar é um interlocutor junto ao Hamas para negociações
em relação ao conflito.
Embora a COP
28 só termine no dia 12 de dezembro, Lula deve deixar os Emirados Árabes no dia
2 de dezembro. Do Oriente Médio, o presidente e parte de sua comitiva viajarão
à Alemanha, onde Lula se reunirá com o presidente Frank-Walter Steinmeier e com
o primeiro-ministro Olaf Scholz.
No país
europeu, a agenda é ampla, com a expectativa de que sejam assinados uma série de
memorandos de entendimento, declarações conjuntas, cartas de intenções, planos
de trabalho e acordos para trocas de informações que já vêm sendo discutidos há
meses. Os atos são em áreas como meio ambiente, bioeconomia, saúde, ciência e
tecnologia e inovação.
Além disso, a Alemanha é um dos países que defendem a assinatura do acordo Mercosul-União Europeia. Terceira maior economia mundial, atrás dos Estados Unidos e da China, a Alemanha é um importante parceiro do Brasil, sobretudo nos campos tecnológico e industrial. Mais de mil empresas alemãs atuam em território brasileiro e, segundo o Banco Central, o país germânico é a oitava maior fonte de investimentos no Brasil.
A retomada
das viagens internacionais ocorre dois meses após Lula se submeter a uma
cirurgia para restaurar a articulação do quadril. Nesse período, o presidente
cumpriu agendas apenas em Brasília.
No retorno
ao Brasil, Lula recepcionará os chefes de Estado do Mercosul, na cúpula que
será realizada em 7 de dezembro, no Rio de Janeiro.
Edição:
Aline Leal