Lula quer política unificada para a região amazônica
Lula quer política unificada para a região amazônica
Presidente defendeu exploração da região sem desmatá-la.
Publicado em 21/05/2023 - 22:35 Por Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, neste domingo (21), uma política unificada
dos países amazônicos. Em agosto, será realizada, em Belém, a Cúpula da
Amazônia, evento que reunirá os chefes de Estado dos oito países que integram a
Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
Para Lula, é
preciso uma política séria, que envolva também os povos indígenas, para evitar
o desmatamento na região e, ao mesmo tempo, garanta a sobrevivência das 28
milhões de pessoas que lá vivem. “Eles têm direito de viver, de trabalhar, de
comer, de ter acesso a bens materiais que todos nós queremos. E, por isso,
precisam explorar não desmatando. Explorar a riqueza da biodiversidade para
saber se podemos extrair a possibilidade de desenvolver uma indústria de
fármacos, de cosméticos, por exemplo, para gerar empregos limpos”, disse.
“Não
queremos transformar a Amazônia em um santuário da humanidade”, acrescentou o
presidente durante conversa com jornalistas em Hiroshima, no Japão.
No país
asiático, Lula participou do segmento de engajamento externo da Cúpula do G7,
reunião de líderes de sete das maiores economias do mundo: Estados Unidos,
Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.
O presidente
cobrou que os países ricos cumpram os compromissos assumidos no âmbito internacional,
como a doação de US$ 100 bilhões ao ano para que países em desenvolvimento
preservem suas florestas. “Em todas as COPs [Conferências do Clima das Nações
Unidas] as pessoas falam que vão doar US$ 100 bilhões. Nós estamos aguardando”,
disse.
Para Lula, é preciso uma nova governança global mais representativa, com punição para os países que não cumprirem os esforços nas questões climáticas.
“Ou todos
nós entendemos que o barco é um só, que o planeta é redondo, ou entendemos que
uma desgraça que vier vai pegar todo mundo de calça curta. Os cientistas estão
nos prevenindo, então é importante termos clareza de que nós seremos os
responsáveis de nos salvar ou de nos matar”, disse.
As cúpulas
do G7 costumam contar com a presença de países convidados. Nesta edição, além
do Brasil, foram convidados Austrália, Coreia do Sul, Vietnã, Índia, Indonésia,
Comores e Ilhas Cook. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também
esteve em Hiroshima e participou da sessão de debates que teve o tema “Rumo a
um mundo pacífico, estável e próspero”.
Desde a
última sexta-feira (19) no país asiático, o presidente também teve uma extensa
agenda de encontros bilaterais, com reuniões com 11 chefes de governo e de
entidades.
“Saio [do
Japão] mais otimista do que nunca. A chance do Brasil estabelecer parcerias
fortes na área comercial, cultural e política é muito grande”, disse Lula. “As
pessoas gostam muito do Brasil, estão muito felizes com a volta da democracia
no Brasil e com a volta do Brasil ao cenário internacional”, completou o
presidente, citando que ainda este ano tem agendadas duas viagens a países da
África e uma viagem à Índia.
Edição:
Marcelo Brandão