Luxemburgo vê “coisas boas” no Corinthians e explica Yuri Alberto no banco: “Não foi punição”

Luxemburgo vê "coisas boas" no Corinthians e explica Yuri Alberto no banco: "Não foi punição"

Veja como foi a entrevista do técnico do Timão após o empate por 1 a 1 com o Fortaleza.





Por Ana Canhedo — São Paulo 08/05/2023 23h11 - Atualizado há 3 horas

Vanderlei Luxemburgo concedeu sua terceira entrevista coletiva como treinador do Corinthians após o empate por 1 a 1 com o Fortaleza, na Neo Química Arena, na noite desta segunda-feira, pela quarta rodada do Brasileirão e já viu “coisas boas” acontecerem a favor da equipe, mesmo sem vencer.

Luxa foi questionado sobre a recente entrevista do goleiro Cássio, que citou estar no “limite psicológico” com os dias conturbados vividos pelo clube. Para o treinador, faz parte do processo.

– Sobre a entrevista (do Cássio), isso aqui é Corinthians, o desgaste emocional vai ter. O Cássio é um atleta que a expressão física e facial dele passa para o elenco, você vê que ele deu uma entrevista totalmente diferente, porque aconteceram coisas boas. Hoje a bola bateu na trave, não entrou. O cara estava impedido, voltou. Saímos atrás e conseguimos empatar, tivemos chances de virar. Aconteceram coisas boas, vou me ater a elas mais do que as ruins, que eu observei – ponderou.

Para o comandante, não perder também era importantíssimo:

– Nós queríamos ganhar, o importante era a vitória, contra um adversário difícil em casa. Está satisfeito? Não, ganhar seria bom. Mas, em não ganhando, é melhor não perder, senão o ambiente fica pesado. Você vê que houve evolução da equipe, e as pessoas pensam que o próximo jogo pode ser melhor, começa a criar uma expectativa boa. Em não ganhando, acabou sendo um resultado bom.

O treinador corintiano também explicou duas coisas que chamaram a atenção no jogo: Róger Guedes posicionado de forma mais central, solto no ataque, e Yuri Alberto começando o duelo no banco de reservas. O centroavante entrou na etapa final e fez o gol do empate com o Fortaleza, mas afirmou não ter entendido a alteração do técnico.

 

Primeiro, falou sobre Guedes:

– Eu conversei de bola com ele. Você percebeu que eu dei mais liberdade para ele? Teve duas jogadas no primeiro tempo que é jogada de atacante, ele bateu para receber como se fosse um passe em cima e recebeu mais na frente, em condição de bater para o gol. Ele pode jogar pelo lado, mas ficamos vulneráveis… Eu tive que trazer o Biro para dentro, ficamos vulneráveis porque o Yuri não tem característica de meio de campo. Tive que trazer o Biro para dentro, e o Róger para dentro para equilibrar o meio de campo. O Biro joga pela esquerda, direita e por dentro. Se o Róger jogar pela esquerda com o Yuri por dentro, vamos ter uma vulnerabilidade, mas isso pode acontecer dentro do jogo – continuou o treinador.

Já em relação a Yuri Alberto, o intuito do treinador foi mais no sentido de proteção do que de punição pela fase ruim do centroavante, que não marcava um gol havia dois meses.

– Não teve punição nenhuma, pelo contrário. É um jogador que está todo mundo cobrando, nove jogos sem fazer gol, a pressão vem em cima dele. Ele tinha que entrar em campo solto, tranquilo. E as pessoas que estavam contestando ele jogar, pediram a entrada dele em campo. Já acontece uma mudança na parte emocional externa. Ele vai e faz o gol, pra ele foi muito bom e pra equipe, também. É assim que acontece no futebol. Eu falei: “Rapaz, fica tranquilo, você faz parte de um elenco que vai fazer coisas boas. Daqui a pouco você vai entrar no jogo, fazer um gol de empate e a coisa vai acontecer.” E aconteceu de ele entrar e fazer o gol.

Confira outras pontos da entrevista coletiva de Vanderlei Luxemburgo:

 

Análise do jogo

– Se você perceber, o Corinthians foi consistente em cima do que treinamos no primeiro tempo. O Fortaleza tem um time muito bem organizado, um treinador na terceira temporada, contrata jogadores de acordo com o que ele precisa na equipe. É uma equipe que está todo mundo encantando de ver jogar, é um time muito bom. Nós conseguimos deixar eles dominar a bola. O que eles queriam? Que a gente fosse marcá-los no campo deles, sob pressão, para poder encontrar espaço em velocidade dos dois lados. Ele trocou os jogadores. Thiago não jogou hoje porque ele quis deixar o meio de campo dele mais consistente. Já houve uma preocupação do adversário com a gente. Depois, em função do resultado e da busca em querer uma conquista vai se desorganizando naturalmente. É muito pouco tempo para você entrosar tudo ao mesmo tempo. Achei que foi muito bom, Matheus, Roni, Fausto deram consistência, mas precisa chegar um pouco mais.

– Se você analisar a consistência de equipe hoje e terça passada, já vai ver que houve um acréscimo. Não é porque avançamos fisicamente, mas a equipe compacta e mais bem posicionada, o jogador desgasta menos. O adversário teve mais bola, mas não tinha nunca a bola final, ela sempre morria em cima da gente. Já tive mais tempo de treinar, de poder ontem só fazer trabalho tático, dando ênfase… não vou falar, senão os adversários vão saber. Houve uma mudança importante de posicionamento defensivo. Não gosto de ficar falando para fora, mas vocês que são experts vão ver que as coisas estão acontecendo. Estamos com pouco tempo, mas caminhando bem.

– Boa pergunta, ótima, mas eu só respondo internamente. O que vamos fazer? Mercado é rápido, se eu falar o nome de um jogador de meio ou de ataque, de um preço muda para outro. Outra coisa que eu gostaria que você entendesse: coloquei meio de campo para que nossa equipe tivesse consistência. Fagner hoje jogou com consistência o tempo todo, porque ele jogou por trás apoiando o ataque como jogador de meio de campo. Ele errou pouco passe e abasteceu o Adson o tempo todo. Não precisa aquele negócio “box to box”, o Fábio não precisa passar e ir pra linha de fundo, senão não vai aguentar. O Fábio foi até o limite dele, vinha de lesão, uma lesão, ficou abatido esses dias aí.

– Por isso coloquei o Bidu no lugar dele. Sobre diminuir a idade, não quero jogar para os jogadores mais experientes, senão teria que crucificar o time do Fluminense, que tem jogadores tão experientes quanto a gente. Marcelo, Felipe, Fábio, Cano… não é a idade, é o entrosamento, a proteção. O Marcelo é praticamente um jogador de meio-campo no Fluminense, não é um jogador agudo como antigamente. Isso é questão de tempo e maturação. 

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