Mais de 80 países lançam no Rio aliança para erradicar fome e pobreza no mundo

Mais de 80 países lançam no Rio aliança para erradicar fome e pobreza no mundo

Iniciativa, anunciada durate a cúpula do G20 no Rio, será uma das prioridades da presidência do Brasil do G20, segundo Lula. Grupo é formado por 81 países, bancos mundiais e ONGs. Primeiros 18 membros do 'Conselho de Campeões' foram anunciados; veja a lista.


Por Carlos de Lannoy, TV Globo e g1

Brasil, Estados Unidos e mais 79 países países anunciaram nesta segunda-feira (18) a criação da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, uma força-tarefa que pretende erradicar a fome e a pobreza no mundo até 2030.

A aliança foi lançada oficialmente durante o encontro de líderes do G20, que começou nesta segunda-feira (18) no Rio de Janeiro, e se propõe a elaborar e financiar políticas de combate à fome e à pobreza com modelos distintos para cada região do mundo.

O grupo é formado por 81 países dos cinco continentes, nove instituições financeiras globais e 31 ONGs do Brasil e do mundo, além da União Europeia e da União Africana. Inicialmente reticente, a Argentina confirmou que vai aderir à aliança também nesta segunda.

“Sabemos, pela experiência, que uma série de políticas públicas bem desenhadas, como programas de transferência de renda, como o ‘Bolsa Família’ e refeições escolares nutritivas para crianças, têm o potencial de acabar com o flagelo da fome e devolver a esperança e dignidade para as pessoas”, disse o presidente Lula.

O Brasil e Blangadesh foram os primeiros países a aderir à aliança, da qual fazem parte também países como Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França, África do Sul e Emirados Árabes Unidos.

O governo brasileiro disse que também liderou os trabalhos para a formação da estrutura da aliança, que aconteceram ao longo deste ano, a partir de uma força-tarefa que envolveu os ministérios do Desenvolvimento e Assistência Social, da Família e Combate à Fome, das Relações Exteriores e da Fazenda, além de colaborações do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Também partirá de Brasília o suporte para as primeiras operações da aliança, como a comunicação e a aprovação de novos membros. O governo brasileiro ainda não informou onde serão aplicados os primeiros programas da aliança, que entrará em operação a partir de 2025.

Entre as ONGs que já fazem parte da aliança, estão a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), Unicef e o Programa Mundial de Alimentos (WFP).

 

Conselho de Campeões

Nesta segunda, houve o anúncio dos primeiros membros do seu Conselho de Campeões – composto por um grupo diversificado de representantes de membros da Aliança em seus pilares nacional, de conhecimento e financeiro.

O foco principal será incentivar a participação ativa de países, instituições e organizações, além de ajudar a remover obstáculos e facilitar o estabelecimento de parcerias concretas orientadas para a ação e implementação de políticas no nível nacional.

Os primeiros 18 membros anunciados nesta segunda foram definidos a partir de manifestações de interesse dos países e organizações internacionais que participaram do desenvolvimento inicial e estabelecimento da Aliança Global, por meio de uma força-tarefa especial proposta pela Presidência do G20 do Brasil especificamente para esse propósito.

A lista final terá até 50 membros, sendo 25 países e 25 organizações.

 

Os primeiros “Campeões” são:

Brasil: Wellington Dias, Ministro de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Suplente: Saulo Ceolin, Coordenador-Geral de Segurança Alimentar e Nutricional, Ministério das Relações Exteriores

Bangladesh: Representante sênior da Divisão Econômica Geral da Comissão de Planejamento de Bangladesh, representante a ser anunciado

China: Li Xin, Vice-Diretor Geral, Centro Internacional de Redução da Pobreza da China IPRCC

União Europeia: Sandra Bartelt, Conselheira Principal para desenvolvimento sustentável do G7 e do G20, Comissão Europeia, Direção-Geral das Parcerias Internacionais

Alemanha: Ariane Hildenbrandt, Diretora-Geral do Departamento de Saúde Global, Igualdade de Oportunidades, Tecnologias Digitais e Segurança Alimentar, Ministério Federal de Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ)

Noruega: Anne Beathe Tvinnereim, Ministra para Desenvolvimento Internacional

Portugal: Ricardo Vitória, Subdiretor-Geral de Política Externa, Ministério dos Negócios Estrangeiros. Suplente: João Bezerra da Silva, Chefe das Unidades G20 e Global Gateway, Ministério dos Negócios Estrangeiros

África do Sul: representante a ser anunciado

Reino Unido: Melinda Bohannon, Diretora-Geral para Humanitário e Desenvolvimento, FCDO. Suplente: Jen Marshall Haugen, Vice-Diretora, Chefe do Departamento de Segurança Alimentar Global, Agricultura e Terras | Diretoria para Humanitário, Migração e Segurança Alimentat, FCDO

Presidente do Comitê das Nações Unidas para Segurança Alimentar Mundial: Embaixadora Nosipho Jezile

Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO): Maximo Torero, Economista-Chefe

Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA): Ron Hartman, Diretor de Engajamento Global, Parcerias e Mobilização de Recursos.

Organização Internacional do Trabalho (OIT): Mia Seppo, Diretora-Geral Assistente para Emprego e Proteção Social. Suplente: Shahra Razavi, Diretora, Departamento de Proteção Social Universal.

Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID): Ferdinando Regalía, Diretor Executivo do Setor Social.

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): Pilar Garrido, Diretora de Cooperação para o Desenvolvimento

UNIDO: Gunther Beger, Diretor Executivo.

Programa Mundial de Alimentos (WFP): Stanlake Samkange, Diretor de Parcerias Multilaterais e de Programas em Países.

UNICEF: Omar Abdi, Diretor Executivo Adjunto, Programas. Suplente: George Laryea-Adjei, Diretor Global, Grupo de Programas. 

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