Mais de R$ 85 bilhões foram investidos no RS desde início de enchentes
Mais de R$ 85 bilhões foram investidos no RS desde início de enchentes
Secretaria para Apoio à Reconstrução do estado completou um mês.
Publicado por Daniella Almeida – Repórter da Agência Brasil - Brasília
Em um mês de
atuação, a Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do
Sul contabilizou o investimento, pelo governo federal, de R$ 85,7 bilhões para
custear diversas medidas de socorro e apoio à população, aos empresários e às
administrações estadual e municipais desde o início da calamidade pública no estado
no fim de abril deste ano.
Em balanço
divulgado nesta segunda-feira, a secretaria detalha a atuação de 30 mil
profissionais das Forças Armadas e de forças de segurança ligadas ao Ministério
da Justiça e Segurança Pública, que contribuíram em parte do salvamento de 89
mil pessoas e de 15 mil animais silvestres, domésticos e de produção pecuária.
A secretaria
informa a construção emergencial, pelas Forças Armadas e pela Força Nacional do
Sistema Único de Saúde (SUS), de 13 hospitais de campanha, que já prestaram 15
mil atendimentos. O Ministério da Saúde enviou 8 milhões de medicamentos e
insumos ao estado e 21 mil pessoas foram imunizadas contra a influenza. Para
atendimento e manutenção dos serviços de saúde, R$ 282 milhões foram enviados
adicionalmente.
Outro destaque entre as ações no primeiro mês da secretaria extraordinária foi o acolhimento: o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social encaminhou recursos federais para prestação de serviços humanitários, como, por exemplo, compra de água, instalação de banheiros químicos e fornecimento de cobertores e alimentação. Para garantir segurança alimentar à população, mais de 18 mil toneladas de doações foram transportadas pelos Correios e pelas Forças Armadas e mais de 52 mil cestas de alimentos foram entregues. Em parceria de empresários com o governo federal, 3 mil botijões de gás de 13 quilos por mês foram doados a 191 cozinhas solidárias, com investimento de R$ 1,8 milhão.
Por
intermédio do Auxílio Reconstrução, foram feitos repasses de R$ 5,1 mil para
cada família que teve prejuízos diretos causados pelas chuvas e enchentes, como
forma de ajudar na retomada das atividades normais nos lares. Até o momento,
mais de 100 mil pessoas já receberam o repasse único, e mais de R$ 663 milhões
já foram pagos. Na parte da habitação, foi lançado plano de aquisição de
moradias prontas, novas e usadas para doação a famílias desabrigadas. E o
programa Minha Casa Minha Vida/Reconstrução já está recebendo o cadastro de
habitações.
Neste mês, o
governo adicionou 21,7 mil famílias ao programa Bolsa Família Unificado e Ampliado.
Com isso, 658 mil famílias do estado estão sendo beneficiadas com o pagamento
de junho. Quanto ao Imposto de Renda, 900 mil contribuintes gaúchos que tinham
direito à restituição do Imposto de Renda tiveram o pagamento antecipado e já
receberam os recursos.
O balanço
sobre as ações do governo federal em três frentes: cuidado com as pessoas,
apoio às empresas e suporte ao estado e municípios, desde o início da
calamidade pública em todo o estado.
Apoio ao governo e às empresas
O balanço da
secretaria também destaca o apoio a empresas por meio de financiamentos. Medida
provisória autorizou três linhas para financiamento que totalizam R$ 15 bilhões
a empresas de locais impactados pela calamidade pública. As linhas de
empréstimo são destinadas à contratação de serviços, aquisição de máquinas e
equipamentos, financiamento de empreendimentos e para capital de giro.
Também se
destaca o Pronampe emergencial. O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte emprestou R$ 1,3 milhão a 13 mil empresários gaúchos
que sofreram perdas em seus negócios. O crédito tem subsídio de 40% do governo
federal. O pagamento pelos empreendedores tem carência de 24 meses.
Além disso,
434 mil trabalhadores formais receberão um salário mínimo por dois meses, julho
e agosto. Adicionalmente, R$ 1,7 bilhão foram liberados para 538 mil
trabalhadores que optaram por fazer o Saque Calamidade do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS) e mais R$ 11 milhões serão para duas parcelas
adicionais do seguro-desemprego a 6.636 trabalhadores;
Outro
destaque foi a suspensão por três anos da dívida do Rio Grande do Sul com a
União e, desta forma, liberou R$ 11 bilhões ao fundo para a reconstrução do
estado. Além disso, R$ 12 bilhões referentes a juros do total da dívida foram
perdoados. Obras emergenciais e de reconstrução de estruturas danificadas foram
viabilizadas com a transferência de mais de R$ 12,1 bilhões aos municípios
afetados pelas enchentes.
O balanço
apresenta ainda dados sobre as rodovias do estado, com a liberação de 112
trechos de 11 estradas federais que tinham bloqueios devido às chuvas; o
restabelecimento dos serviços de telecomunicações em todos os municípios e o
fornecimento de energia chegando à normalização.
A Defesa
Civil Nacional, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional,
aprovou 566 planos de trabalho para recuperação dos municípios, com
investimentos de R$ 474,8 milhões. Na parte internacional, o balanço do primeiro
mês da secretaria extraordinária aponta a destinação de R$ 5,7 bilhões pelo
Banco do Brics para restabelecimento da infraestrutura e mobilidade urbana no
Rio Grande do Sul. O Brics é um grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e
África do Sul.
Criação
A Secretaria
Extraordinária para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul foi criada pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e completou um mês no sábado (15).
A pasta
centraliza as ações de 17 ministérios que trabalham pela recuperação do estado,
atingido no mês passado por fortes chuvas, que alagaram cidades e danificaram
casas, pontes e rodovias. Com status de ministério, a secretaria tem a missão
de agilizar a recuperação do estado e fazer a ponte entre a União, o governo
estadual e as prefeituras gaúchas.
De acordo
com a Secretaria Extraordinária, desde o início da calamidade pública no estado
no fim de abril deste ano, o governo federal investiu R$ 85,7 bilhões para
custear diversas medidas de socorro e apoio à população, aos empresários e às
administrações estadual e municipais.
Ao comentar
a situação atual do estado, o ministro ministro-chefe da secretaria
extraordinária, Paulo Pimenta, disse que todos vão sair dessa situação
“mais fortes, mais unidos e mais organizados”. Apesar de todas as dificuldades,
“estamos aqui”, destacou Pimenta. “De cabeça erguida, dando a
volta por cima, recomeçando, olhando para a frente com esperança e certeza de
que vale a pena resistir”, acrescentou.
As fortes
chuvas deixaram 176 mortos e 806 feridos em diversos municípios e ainda há 39
pessoas desaparecidas. No ápice da crise climática, mais de 326 mil pessoas
ficaram desabrigadas e desalojadas. As enchentes e enxurradas afetaram mais de
2,39 milhões de habitantes de todo o estado.
Os impactos
dos temporais foram sentidos pelos moradores de 478 municípios dos 797
existentes no estado, o que corresponde a 96,17% das cidades gaúchas. Entre os
impactos materiais, estão a destruição de residências, de estabelecimentos
comerciais, escolas e outros prédios públicos, a queda de pontes e o bloqueio
de estradas, entre outros.
Edição:
Nádia Franco