Manifestantes tentam invadir sede da PF e queimam veículos no DF
Manifestantes tentam invadir sede da PF e queimam veículos no DF
Protesto começou após prisão decretada por ministro do STF
Publicado em 12/12/2022 - 22:51 Por Agência Brasil - Brasília Atualizado em 12/12/2022 - 23:55
Manifestantes
que apoiam o presidente Jair Bolsonaro tentaram invadir a sede da Polícia
Federal em Brasília após a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante,
decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes,
e iniciaram um protesto que, por volta das 22h de segunda-feira (12), resultou no
fechamento do Setor Hoteleiro Norte e de parte do Eixo Monumental, segundo
informou a assessoria de imprensa da Polícia Militar.
Segundo a
PM, os manifestantes colocaram fogo em carros e ônibus. Inicialmente a
tentativa de invasão na PF foi controlada por unidades da Polícia Militar que
estavam no local, mas o protesto cresceu e ainda não terminou. A assessoria
informou que, além das unidades locais, foram acionadas as equipes táticas, o
Batalhão de Choque e a equipe de operações especiais para controlar a situação.
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva não esteve em risco em nenhum momento em função das manifestações, informou o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, em uma coletiva noite desta segunda-feira.
A Secretaria
de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) informou, por meio de nota,
que as forças de segurança reforçaram a atuação em toda área central de
Brasília “para controle de distúrbios civis, do trânsito e de eventuais incêndios. As ações começaram em
frente ao edifício-sede da Polícia Federal (PF), em decorrência do cumprimento
de mandado de prisão, e se estenderam para outros locais da região
central.”
Segundo a
nota, o trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três
Poderes e outras vias da região central está restrito, como medida preventiva.
A recomendação é que os motoristas evitem o centro da cidade.
“Destacamos,
por fim, que as imediações do hotel em que o presidente da república eleito
está hospedado tem vigilância reforçada por equipes táticas e pela tropa de
choque da Polícia Militar do Distrito Federal”, informou a secretaria.
Prisão
O STF
divulgou que José Acácio Serere Xavante é acusado de “condutas ilícitas em atos
antidemocráticos”. A prisão foi solicitada ao Supremo pela Procuradoria-Geral
da República (PGR) pelo prazo de dez dias para garantir a ordem pública.
Conforme a
decisão, o cacique Serere, como é
conhecido, teria realizado nos últimos dias “manifestações de cunho
antidemocrático” em frente do Congresso Nacional, no Aeroporto de Brasília, em
um shopping e em frente ao hotel onde o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da
Silva, está hospedado.
Para a PGR,
o cacique “vem se utilizando da sua posição de cacique do Povo Xavante para
arregimentar indígenas e não indígenas” para cometer crimes, como ameaças de
agressão contra Lula e ministros do STF.
A Agência
Brasil não conseguiu contato com a defesa do cacique.
A Polícia
Federal informou, por suas redes sociais, que cumpriu a ordem de prisão
expedida por Alexandre de Moraes e que Serene Xaxante foi preso e
“encontra-se acompanhado de advogados e todas as formalidades relativas à
prisão estão sendo adotadas nos termos da legislação, resguardando-se a
integridade física e moral do detido.” A PF também informou que os
distúrbios que aconteceram nas imediações do Edifício-Sede da Polícia Federal
“estão sendo contidos com o apoio de outras forças de Segurança Pública do
Distrito Federal (PMDF, CBMDF e PCDF).”
Repercussão
O ministro
da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse, pelas redes sociais,
que, desde o início das manifestações, o ministério, por meio da Polícia
Federal, “manteve estreito contato com a Secretaria de Segurança Pública
do DF e com o governo do Distrito Federal a fim de conter a violência e restabelecer
a ordem. Tudo será apurado e esclarecido”. Segundo Torres, a situação está
se normalizando.
Em uma
segunda postagem, Torres disse que “nada justifica as cenas lamentáveis
que vimos no centro de Brasília”. “A Capital Federal tradicionalmente
é palco de manifestações pacíficas e ordeiras. E seguirá sendo!”. Ele
agradeceu o empenho da Secretaria de Segurança Pública do DF e do governo do
Distrito Federal por todo apoio à Polícia Federal. Segundo o ministro,
“tudo será apurado”.
Pelas redes
sociais, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, condenou os protestos.
“Inaceitáveis a depredação e a tentativa de invasão do prédio da Polícia
Federal em Brasília. Ordens judiciais devem ser cumpridas pela Polícia Federal.
Os que se considerarem prejudicados devem oferecer os recursos cabíveis, jamais
praticar violência política”, declarou.
O presidente
do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também pelas redes sociais, definiu como
absurdos os atos de vandalismos acontecidos na noite desta segunda-feira em
Brasília “feitos por uma minoria raivosa”. “A depredação de bens
públicos e privados, assim como o bloqueio de vias, só servem para acirrar o
cenário de intolerância que impregnou parte da campanha eleitoral que se
encerrou.” Pacheco acrescentou que as “forças públicas de segurança
devem agir para reprimir a violência injustificada com intuito de restabelecer
a ordem e a tranquilidade de que todos nós precisamos para levar o país
adiante.”
Matéria
atualizada às 23h55 para acréscimo do posicionamento de postagem de Anderson
Torres e de coletiva com Flavio Dino.
Edição:
Fábio Massalli