Marrocos vence Canadá e volta às oitavas da Copa após 36 anos
Marrocos vence Canadá e volta às oitavas da Copa após 36 anos
Leões do Atlas avançam em 1º no grupo das favoritas Croácia e Bélgica
Publicado em 01/12/2022 - 15:19 Por Lincoln Chaves - Repórter da EBC - São Paulo
O torcedor
marroquino teve de esperar 36 anos para ver a seleção do país, enfim, ir além
da primeira fase em uma Copa do Mundo. Nesta quinta-feira (1º), os Leões do
Atlas derrotaram o Canadá por 2 a 1, no Estádio Al Thumama, em Doha, garantindo
vaga às oitavas de final do Mundial do Catar.
Com a
vitória, Marrocos encerrou o Grupo F na liderança, com sete pontos, dois a
frente da Croácia, atual vice-campeã, que empatou sem gols com a Bélgica no
Estádio Ahmad bin Ali, em Al Rayyan. Os canadenses se despedem zerados, na
lanterna do grupo. O país da América do Norte será uma das sedes da próxima
edição, em 2026, ao lado de Estados Unidos e México.
Nas oitavas,
mesmo estágio em que se despediu da Copa em 1986, Marrocos terá pela frente o
segundo colocado do Grupo E, que réune Espanha, Alemanha, Costa Rica e Japão. A
partida será na terça-feira (6), às 12h (horário de Brasília), no Estádio
Cidade da Educação, em Doha.
O técnico
marroquino, Walid Regragui, promoveu apenas uma mudança no 4-3-3 que derrotou a
Bélgica por 2 a 0, com a entrada de Abdelhamid Sabiri, que cobrou a falta que
originou o primeiro gol do jogo, no lugar do também meia Selim Amallah. O
goleiro Yassine Bounou, que perdeu o último duelo ao se sentir mal instantes
antes da bola rolar, retornou à meta, com Munir El-Kajoui de volta ao banco.
No Canadá,
John Herdman fez quatro alterações na equipe que sofreu 4 a 1 da Croácia,
passando do 4-4-2 para um 3-4-3. O lateral-esquerdo Sam Adekugbe entrou no
lugar de Richie Laryea, enquanto o direito, Alistair Johnston, formou a trinca
de zaga com Kamal Miller e Steven Vitória. No meio, Junior Hoilett (titular no
revés por 1 a 0 para a Bélgica), Mark-Antony Kaye e Jonathan Osorio foram
escolhidos para as vagas de Atiba Hutchinson, Stephen Eustáquio e do atacante
Jonathan David.
Os Leões do
Atlas repetiram a postura dos jogos anteriores, marcando pressão no campo de
ataque. Foi assim que, logo aos três minutos, Hakim Ziyech abriu o placar. Após
recuo perigoso de Johnston, o goleiro Milan Borjan afastou mal a bola, nos pés
do atacante marroquino, que bateu por cobertura, de primeira, marcando um
golaço.
Após cerca
de 15 minutos sofrendo com a intensidade de Marrocos, o Canadá parecia ter
encaixado a marcação e diminuído os espaços do time africano. Aos 22, porém, o
lateral Achraf Hakimi encontrou uma brecha entre Miller e Vitória e lançou
En-Nesyri. O atacante superou os zagueiros na velocidade e chutou no canto
esquerdo de Borjan, aumentando a vantagem.
Mesmo
diminuindo o ritmo, a equipe marroquina era pouco ameaçada pela canadense. Não
à toa, foi só graças a um gol contra que os norte-americanos descontaram. Aos
40 minutos, Adekugbe driblou Hakimi pela esquerda e cruzou rasteiro. O zagueiro
Nayef Aguerd se esticou para cortar, mas desviou a bola nas próprias redes. O
próprio Aguerd, impedido, ainda levou o árbitro brasileiro Raphael Claus a
invalidar o que seria o terceiro de Marrocos, dos pés de En-Nesyri, já nos
acréscimos.
O Canadá
voltou melhor para o segundo tempo, ficando mais com a bola e rondando a área
de Marrocos. O recuo excessivo dos Leões do Atlas quase resultou em gol
canadense aos 25 minutos. Após cobrança de escanteio pela direita, Hutchinson
(que entrou depois do intervalo, no lugar de Kayé) cabeceou no travessão. A
bola quicou na linha e, na sobra, Johnston mandou por cima.
A seleção
norte-americana pressionou atrás do empate, que renderia o primeiro ponto do
país em uma Copa. Aos 41 minutos, Bounou quase deu uma ajudinha, ao tentar
dominar a bola de peito e a deixar escapar, dentro da área. O atacante Alphonso
Davies quase aproveitou, mas o goleiro marroquino se recuperou. Nos minutos
finais, os canadenses empilharam cruzamentos e até Borjan foi para frente
auxiliar o ataque, em cobranças de escanteio. O time africano, porém, conteve a
pressão e celebrou a vitória histórica.
Edição:
Cláudia Soares Rodrigues