Mendonça vota para derrubar prisão preventiva de Cabral
Mendonça vota para derrubar prisão preventiva de Cabral
Julgamento de ação da defesa do ex-governador do Rio foi retomado nos primeiros minutos desta sexta, no plenário virtual da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal.
Por Márcio Falcão e Fernanda Vivas, TV Globo — Brasília 09/12/2022 00h35 Atualizado há 7 horas
O ministro
André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, votou nesta sexta-feira (8) para
derrubar a prisão preventiva do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.
Com isso, a
Segunda Turma do Supremo tem 2 votos a 1 pela liberdade de Cabral, preso desde
2016 pela Lava Jato.
Essa é a
última ordem de prisão que ainda mantém o político na cadeia. Portanto, o
desfecho do julgamento pode colocar Cabral em liberdade.
Além de Mendonça, o ministro Ricardo Lewandowski votou em outubro para revogar a ordem de prisão da Justiça Federal do Paraná contra Cabral, anular as decisões tomadas e enviar o caso para análise da Justiça Federal do Rio.
O relator da
Lava Jato no STF, Edson Fachin, havia votado para manter Cabral preso. Ainda
faltam os votos de Gilmar Mendes e Nunes Marques.
Os ministros
da turma julgam dois habeas corpus de Cabral no plenário virtual até o dia 16
de dezembro. O sistema permite que os ministros depositem os votos de forma
eletrônica, sem sessão presencial.
A defesa de
Cabral questiona a competência da 13ª Vara Federal de Curitiba – responsável
por processos da Lava Jato – para analisar o caso em que o ex-governador é
acusado de receber propina por irregularidades em um contrato de terraplanagem
do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, da Petrobras.
No primeiro
HC, Mendonça votou para reconhecer que a investigação de Cabral é de
competência da Lava Jato do Paraná porque a suposta propina teria saído de
contratos da Petrobras.
“Entendo que
a tese valida a competência da 13a Vara Federal de Curitiba/PR no caso sob
julgamento . Isso porque os contornos fáticos indicam que, no contexto das
obras de responsabilidade do consórcio Comperj, de fato a Petrobras suportou
financeiramente o pagamento da propina relacionada ao contrato”, escreveu.
No segundo
HC, a defesa questiona a legalidade da prisão preventiva. Sustenta que Cabral
está preso há mais de 5 anos sem que o processo tenha chegado a uma decisão
definitiva
Mendonça votou para revogar a ordem de prisão, permitindo que o juiz responsável decida sobre medidas cautelares. “Ante o longo período decorrido desde o decreto de prisão e a significativa mudança das circunstâncias de fato, nota-se a insubsistência dos fundamentos que justificaram a custódia”, afirmou.
Sérgio
Cabral foi denunciado em 35 processos decorrentes de investigações da
Lava-Jato, sendo 33 na Justiça Federal e dois na Justiça do Rio (estes junto
com o ex-procurador-geral de Justiça Claudio Lopes).
O
ex-governador já foi condenado em 23 ações penais na Justiça Federal, com penas
que chegam a 425 anos e 20 dias de prisão. Mas decisões recentes do STF podem
fazer com que algumas dessas condenações sejam modificadas ou anuladas.