Mercado aumenta previsão da inflação de 4,05% para 4,10% em 2024
Mercado aumenta previsão da inflação de 4,05% para 4,10% em 2024
Projeção de expansão da economia é 2,19% este ano, diz BC.
Publicado por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
A previsão
do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) – considerado a inflação oficial do país – teve aumento, passando de
4,05% para 4,10% este ano. A estimativa está no Boletim Focus desta
segunda-feira (29), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com
a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores
econômicos.
Para 2025, a
projeção da inflação subiu de 3,9% para 3,96%. Para 2026 e 2027, as previsões
são de 3,6% e 3,5%, respectivamente.
A estimativa
para 2024 está acima da meta de inflação, mas ainda dentro de tolerância, que
deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a
meta é 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual
para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
A partir de
2025, entrará em vigor o sistema de meta contínua, assim, o CMN não precisa
mais definir uma meta de inflação a cada ano. Em junho deste ano, o colegiado
fixou o centro da meta contínua em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto
percentual para cima ou para baixo.
Em junho,
influenciada principalmente pelo grupo de alimentação e bebidas, a inflação do
país foi 0,21%, após ter registrado 0,46% em maio. De acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 12 meses, o IPCA acumula
4,23%.
Juros
básicos
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros, a Selic, definida em 10,5% ao ano pelo Comitê de Política
Monetária (Copom). A alta recente do dólar e o aumento das incertezas
econômicas fizeram o BC interromper o corte de juros iniciado há quase um ano.
Na última reunião, em junho, por unanimidade, o colegiado manteve a Selic nesse
patamar após sete reduções seguidas.
De março de
2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, em um
ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos,
de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a
taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas. Com o controle dos
preços, o BC passou a realizar os cortes na Selic.
Antes do
início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível
mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração
econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a
taxa para estimular a produção e o consumo. O índice ficou no menor patamar da
história de agosto de 2020 a março de 2021.
Para o
mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 no patamar que está hoje, em
10,5% ao ano. Para o fim de 2025, a estimativa é que a taxa básica caia para
9,5% ao ano. Para 2026 e 2027, a previsão é que ela seja reduzida, novamente,
para 9% ao ano, para os dois anos.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores
na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de
inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas
também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o
Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e
estimulando a atividade econômica.
PIB e
câmbio
A projeção
das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste
ano subiu de 2,15% para 2,19%. Para 2025, a expectativa para o Produto Interno
Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de
crescimento de 1,94%. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro estima expansão do
PIB em 2%, para os dois anos.
Superando as
projeções, em 2023 a economia brasileira cresceu 2,9%, com um valor total de R$
10,9 trilhões, de acordo com o IBGE. Em 2022, a taxa de crescimento foi 3%.
A previsão
de cotação do dólar está em R$ 5,30 para o fim deste ano. No fim de 2025, a
previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,25.
Edição:
Valéria Aguiar