Mercado eleva para 2,09% projeção de expansão da economia em 2024
Mercado eleva para 2,09% projeção de expansão da economia em 2024
Estimativa de inflação também subiu para 3,76%, diz Banco Central.
Publicado por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil – Brasília
A previsão
do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira neste ano subiu
de 2,05% para 2,09%. A estimativa está no boletim Focus desta segunda-feira
(13), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção
para os principais indicadores econômicos.
Para 2025, a
expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços
produzidos no país) é crescimento de 2%. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro
também projeta expansão do PIB em 2%, para os dois anos.
Superando as
projeções, em 2023 a economia brasileira cresceu 2,9%, com um valor total de R$
10,9 trilhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Em 2022, a taxa de crescimento havia sido 3%.
A previsão
de cotação do dólar está em R$ 5 para o fim deste ano. No fim de 2025, a
previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,05.
Inflação
Nesta edição
do Focus, a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) – considerada a inflação oficial do país – em 2024 subiu de 3,72% para
3,76%. Para 2025, a projeção da inflação ficou em 3,66%. Para 2026 e 2027, as
previsões são de 3,5% para os dois anos.
A estimativa
para 2024 está dentro do intervalo da meta de inflação que deve ser perseguida
pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3% para este
ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%. Para 2025 e 2026,
as metas de inflação estão fixadas em 3%, com a mesma tolerância.
Em abril,
pressionada pelos preços de alimentos e gastos com saúde e cuidados pessoais, a
inflação do país foi 0,38%, acima do observado no mês anterior (0,16%), mas
abaixo do apurado em abril do ano passado (0,61%). De acordo com o IBGE, em 12
meses, o IPCA acumula 3,69%.
Taxa de
juros
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros, a Selic, definida em 10,5% ao ano pelo Comitê de Política
Monetária (Copom). A alta recente do dólar e o aumento das incertezas fizeram o
BC diminuir o ritmo do corte de juros, que vinham sendo de 0,5 ponto
percentual, para 0,25 ponto.
De março de
2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, em um
ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos,
de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a
taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas. Com o controle dos
preços, o BC passou a realizar os cortes na Selic.
Antes do
início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível
mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração
econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a
taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da
história de agosto de 2020 a março de 2021.
Para o
mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 9,75% ao ano. Para o fim de
2025, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9% ao ano, se mantenha
nesse patamar em 2026 e caia para 8,63% em 2027.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o
crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros
fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de
inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas
também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o
Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e
estimulando a atividade econômica.
Edição:
Aécio Amado