Mercado eleva para 2,89% projeção de crescimento da economia em 2023
Mercado eleva para 2,89% projeção de crescimento da economia em 2023
Estimativa de inflação caiu para 4,86%.
Publicado por Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil - Brasília
Pela quarta
semana seguida, a previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia
brasileira este ano subiu, passando de 2,64% para 2,89%. A estimativa está no
boletim Focus de hoje (18), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central
(BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos.
Para o
próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens
e serviços produzidos no país) é de crescimento de 1,5%. Para 2025 e 2026, o
mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,95% e 2%, respectivamente.
Superando as
projeções, no segundo trimestre do ano a economia brasileira cresceu 0,9%, na
comparação com os primeiros três meses de 2023, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o segundo
trimestre do ano passado, a economia brasileira avançou 3,4%.
O PIB
acumula alta de 3,2% no período de 12 meses. No semestre, a alta acumulada foi
de 3,7%.
Inflação
A previsão
para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a
inflação oficial do país – teve queda de 4,93% para 4,86%. Para 2024, a
estimativa de inflação ficou em 3,86%. Para 2025 e 2026, as previsões são de
3,5% para os dois anos.
A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.
Segundo o
BC, no último Relatório de Inflação a chance de o índice oficial superar o teto
da meta em 2023 é de 61%.
A projeção
do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta
prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5
ponto percentual.
Em agosto,
influenciado pelo aumento do custo da energia elétrica, o IPCA foi de 0,23%,
segundo o IBGE. O índice é superior ao registrado em agosto do ano passado,
quando havia sido observada deflação (queda de preços) de 0,36%.
O IPCA
acumula taxa de 3,23% no ano. Em 12 meses, a taxa acumulada é de 4,61%.
Taxa de juros
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros – a Selic – definida em 13,25% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom). Diante da forte queda da inflação, o Copom iniciou,
no mês passado, um ciclo de redução da Selic.
A última vez
em que o Banco Central tinha diminuído a Selic foi em agosto de 2020, quando a
taxa caiu de 2,25% para 2% ao ano, em meio à contração econômica gerada pela
pandemia de covid-19. Depois disso, o Copom elevou a Selic por 12 vezes
consecutivas, num ciclo que começou em março de 2021, em meio à alta dos preços
de alimentos, de energia e de combustíveis. A partir de agosto do ano passado,
manteve a taxa em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
Nesta terça
(19) e quarta-feira (20), ocorre a sexta reunião do ano do Copom para a
definição da Selic. A expectativa do mercado é que a taxa básica seja reduzida
para 12,75% ao ano. Na ata do último encontro, os membros do colegiado já
previam cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões. Segundo o documento, o órgão
avalia que esse será o ritmo adequado para manter a política monetária
contracionista (juros que desestimulam a economia) necessária para controlar a
inflação.
Para o
mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2023 em 11,75% ao ano. Para o fim de
2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9% ao ano. Para o fim de 2025
e de 2026, a previsão é de Selic em 8,5% ao ano para os dois anos.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores
na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de
inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas
também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
Por fim, a
previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar está em R$ 4,95 para o
fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique
em R$ 5.
Edição: Graça Adjuto