Mercado espera mudança na meta de ‘déficit zero’ e monitora compromisso do governo com contas públicas, diz Galípolo

Mercado espera mudança na meta de 'déficit zero' e monitora compromisso do governo com contas públicas, diz Galípolo

Governo discute internamente, desde 2023, mudar meta na LDO que prevê déficit zero – ou seja, não aumentar a dívida pública para pagar despesas. Decisão ainda não foi tomada.


Por Alexandro Martello, g1 — Brasília

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta sexta-feira (16) que o mercado financeiro já espera uma mudança da meta fiscal fixada para o ano de 2024, de déficit zero – mas, mesmo assim, monitora as atitudes do governo que demonstrem compromisso com as contas públicas.

Galípolo, que já foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda na gestão de Fernando Haddad, participou de live promovida pelo Bradesco Asset, em São Paulo. Ele foi um dos primeiros indicados pelo governo Lula para a diretoria do Banco Central.

“Recebendo algumas pesquisas de mercado, que a gente recebe, a gente vê também que há uma grande maioria do mercado, uma expectativa de mudança de meta [fiscal de déficit zero fixada para 2024]. Mais de 90%”, disse Galípolo.

A eventual mudança da meta de déficit fiscal zero, que consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano, vem sendo discutida internamente nas esferas do governo desde o fim do ano passado, com embates públicos entre a área econômica e a ala política do governo petista.

Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que há um orçamento previsto para este ano e que, se possível, buscará o “superávit” nas contas públicas, ou seja, arrecadar mais do que gastar. Mas indicou que, se não for viável, não haverá problemas. “Se der para fazer superávit zero, ótimo. Se não der, ótimo também”, declarou Lula.

Uma alteração na meta, para prever déficit público em 2024, ajudaria o governo a minimizar os cortes de gastos neste ano e, com isso, reduzir o impacto nos investimentos em infraestrutura, como obras do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em pleno ano de eleições municipais. 

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