Mercado espera pacote fiscal com corte de R$ 50 bi a R$ 60 bi para passar ‘credibilidade’
Mercado espera pacote fiscal com corte de R$ 50 bi a R$ 60 bi para passar 'credibilidade'
A ideia é que o tamanho do ajuste fiscal fique em torno de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Por G1
Encerradas
as eleições municipais, a equipe econômica do governo deve apresentar nos
próximos dias ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um pacote de corte de
gastos estruturais para ajudar o Executivo a cumprir as metas fiscais.
Integrantes
do mercado que têm interlocução com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
afirmaram ao blog que, para ter credibilidade, esse pacote precisa indicar
cortes entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões nos gastos públicos.
A ideia é
que o tamanho do ajuste fiscal fique em torno de 0,5% do Produto Interno Bruto
(PIB).
Nesta
segunda-feira (29), Haddad já teve uma primeira reunião com o presidente Lula
para tratar do assunto. A equipe econômica quer fechar as medidas até o início
de novembro – e aprová-las ainda neste ano no Congresso Nacional.
Segundo
assessores da ministra do Planejamento, Simone Tebet, duas medidas já seriam
suficientes para gerar uma economia de R$ 48 bilhões no próximo ano – R$ 20
bilhões em uma, R$ 28 bilhões em outra.
As medidas
ainda não foram detalhadas, mas devem atingir áreas como o pagamento do abono
salarial, do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do seguro-desemprego.
O governo
trabalha para fechar o ano que vem com um déficit primário zero – ou seja,
gastar exatamente o que arrecadar, sem aumentar a dívida pública federal.
No cenário
ideal, seria possível considerar até um pequeno superávit primário: receitas
levemente acima das despesas, sem considerar o pagamento de juros da dívida.
A equipe
econômica passou a analisar a redução das despesas estruturais depois de
concluir que a busca de um ajuste fiscal por meio de aumento de receitas está
praticamente esgotada.
Ou seja:
após meses elevando a arrecadação, agora seria hora de encarar o temido corte
de gastos.