Mercado financeiro eleva projeção da inflação de 5,82% para 5,88%
Mercado financeiro eleva projeção da inflação de 5,82% para 5,88%
Previsão para o PIB também subiu de 2,77% para 2,8% em 2022
Publicado em 21/11/2022 - 09:11 Por Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil – Brasília
A previsão
do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
considerada a inflação oficial do país, subiu de 5,82% para 5,88% para este
ano. A estimativa consta do Boletim Focus de hoje (21), pesquisa divulgada
semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições
financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2023, a
projeção da inflação ficou em 5,01%. Para 2024 e 2025, as previsões são de
inflação em 3,5% e 3%, respectivamente.
A previsão
para 2022 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo
BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional, a meta é de 3,5% para este ano,
com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou
seja, o limite inferior é de 2% e o superior de 5%.
Da mesma
forma, a projeção do mercado para a inflação de 2023 também está acima do teto
previsto. Para 2023 e 2024, as metas fixadas são de 3,25% e 3%,
respectivamente, também com os intervalos de tolerância de 1,5 ponto
percentual. Ou seja, para 2023 os limites são 1,75% e 4,75%.
Em outubro,
a inflação subiu 0,59%, após três meses de deflação. Com o resultado, o IPCA
acumula alta de 4,7% no ano e 6,47% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE).
Taxa de
juros
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017,
quando também estava nesse patamar.
Para o
mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano nos mesmos
13,75%. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 11,5%
ao ano. Já para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8% ao ano, para os dois
anos.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a
expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na
hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de
inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o
Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e
estimulando a atividade econômica.
PIB e
câmbio
A projeção
das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste
ano também subiu, de 2,77% para 2,8%. Para 2023, a expectativa para o Produto
Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é
de crescimento de 0,7%. Para 2024 e 2025, o mercado financeiro projeta expansão
do PIB em 1,7% e 2%, respectivamente.
A
expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,25 para o final deste ano.
Para o fim de 2023, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,24.
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Graça Adjuto