Mercado financeiro passa a estimar inflação para 2023 dentro da meta do governo

Mercado financeiro passa a estimar inflação para 2023 dentro da meta do governo

Estimativa do mercado para a inflação neste ano caiu para 4,75%, e, com isso, fica no teto da meta. Números foram divulgados nesta segunda-feira (16) pelo BC.


Por Alexandro Martello, g1 — Brasília

Os economistas do mercado financeiro reduziram a expectativa de inflação em 2023, que passou de 4,86% para 4,75%.

A informação consta no relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (16) pelo Banco Central. O levantamento ouviu mais de 100 instituições financeiras, na semana passada, sobre as projeções para a economia.

Com a queda, a estimativa dos analistas para a inflação de 2023 passou a ficar no teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A meta central de inflação é de 3,25% neste ano, e será considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre 1,75% e 4,75% neste ano.

A última vez que a expectativa de inflação do mercado havia ficado dentro das metas fixadas para este ano havia sido em 15 de junho de 2022 (4,73%).

O recuo na estimativa de inflação do mercado para este ano ocorreu após a divulgação do resultado da inflação oficial de setembro, que somou 0,26% e ficou abaixo, novamente, das projeções dos analistas.

Se a projeção do mercado financeiro se confirmar, será interrompida uma sequência de dois anos de descumprimento da meta de inflação. Em 2021, o IPCA somou 10,06%. E, em 2022, a inflação somou 5,79%.

 

Entenda: como a inflação mexe no seu bolso

Para 2024, a estimativa de inflação ficou estável em 3,88% na última semana. No próximo ano, a meta de inflação é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, o BC já está mirando, neste momento, na meta do ano que vem.

Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso, porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.

 

Produto Interno Bruto

Sobre o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, o mercado financeiro manteve a previsão de crescimento estável, em 2,92%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.

Já para 2024, a previsão de crescimento da economia do mercado financeiro permaneceu inalterada em 1,50%.

A previsão de um crescimento maior da economia acontece após o anúncio de que o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre deste ano teve alta de 0,9%, bem acima das expectativas dos analistas.

 

Taxa de juros

Os economistas do mercado financeiro mantiveram as estimativas para a taxa básica de juros da economia brasileira para o final deste ano e de 2024.

Atualmente, a taxa Selic está em 12,75% ao ano, após duas reduções seguidas promovidas pelo Banco Central.

Para o fim de 2023, o mercado financeiro manteve a projeção para a taxa Selic em 11,75% ao ano.

Para o fechamento de 2024, a projeção do mercado para o juro básico da economia seguiu em 9% ao ano.

 

Outras estimativas

Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:

Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2023 ficou estável em R$ 5. Para o fim de 2024, subiu de R$ 5,02 para R$ 5,05.

Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção subiu de R$ 72,9 bilhões para US$ 73,7 bilhões de superávit em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo recuou de US$ 60,6 bilhões para US$ 60,4 bilhões.

Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano continuou em US$ 80 bilhões de ingresso. Para 2024, a estimativa de ingresso ficou estável também em US$ 80 bilhões.

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