Mercado financeiro prevê crescimento da economia em 0,84%
Mercado financeiro prevê crescimento da economia em 0,84%
A informação é do Boletim Focus divulgada nesta segunda (27) pelo BC.
Publicado em 27/02/2023 - 09:26 Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
A previsão
do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu
de 0,8% para 0,84%. A estimativa está no boletim Focus de hoje (27), pesquisa
divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os
principais indicadores econômicos.
Para o
próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos
os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,5%, a mesma
previsão há nove semanas seguidas. Em 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta
expansão do PIB em 1,8% e 2%, respectivamente.
A previsão
para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a
inflação oficial do país, variou para cima, de 5,89% para 5,9% neste ano. Para
2024, a estimativa de inflação ficou em 4,02%. Para 2025 e 2026, as previsões
são de 3,8% e 3,75%, respectivamente.
Para 2023 a
previsão está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo
BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para este
ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior de 4,75%.
Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro dos intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em janeiro,
puxado principalmente pelo aumento de preços de alimentos e combustíveis, o
IPCA ficou em 0,53%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Taxa de
juros
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado
e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Com as
projeções para a inflação acima das metas para 2023 e 2024, o BC prevê que os
juros podem ficar altos por mais tempo que o previsto. A autarquia não descarta
a possibilidade de novas elevações caso a inflação não convirja para o centro
da meta definida pelo CMN, como o esperado, em meados de 2024.
Para o
mercado financeiro, a expectativa é que a Selic termine o ano em 12,75% ao ano.
Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica cai para 10% ao ano. E
para 2025 e 2026, a previsão é Selic em 9% ao ano e 8,5% ao ano,
respectivamente.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a
expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na
hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de
inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o
Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e
estimulando a atividade econômica.
A
expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,25 para o final de 2023. Para
o fim de 2024, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,30.
Edição:
Valéria Aguiar