Mercado financeiro projeta inflação de 5% em 2025
Mercado financeiro projeta inflação de 5% em 2025
Estimativa foi divulgada hoje pelo Banco Central.
Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil
O mercado
financeiro aumentou ligeiramente a projeção da inflação para este ano. A edição do Boletim Focus desta segunda-feira
(13) projeta um índice, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), em 5%, ante os 4,99% da semana passada. Há quatro semanas a
projeção era 4,6% para 2025.
A pesquisa
Focus é realizada por economistas do mercado financeiro e divulgada
semanalmente pelo Banco Central (BC). Para 2026, o boletim também projeta um
ligeiro aumento na inflação para 4,05, ante os 4,03 da semana anterior.
No ano
passado, o IPCA, que leva em conta a variação do custo de vida de famílias com
rendimento de até 40 salários mínimos, fechou em 4,83%, acima do teto da meta
prevista para 4,5%.
Desde 1999,
quando o Brasil passou a adotar o regime de metas de inflação, o IPCA,
considerado a inflação oficial do país, ultrapassou oito vezes o limite máximo
da meta. A último registro foi no ano passado, segundo dados divulgados na
última sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Para 2027, a
projeção do mercado financeiro é inflação de 3,9% e para 2028, de 3,56%.
Em relação
ao Produto Interno Bruto (PIB) – a soma dos bens e serviços produzidos no país
– o boletim manteve a projeção de crescimento para 2025 da semana passada.
Segundo o mercado financeiro, o PIB no próximo ano deve ficar em 2,02%. Para
2026, a projeção é crescimento de 1,8%. Já para 2027 e 2028, a projeção de
expansão do PIB é 2%, para os dois anos.
Taxa de
juros
Em relação à
taxa básica de juros, a Selic, o Boletim Focus manteve a projeção da semana
passada de 15%, para 2025. Há quatro semanas a projeção era de 14%. Para 2026,
a estimativa do mercado financeiro é que a Selic fique em 12%. Para 2026 e
2027, as projeções são de que a taxa fique em 10,25% e 10%, respectivamente.
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros, a Selic, definida em 12,25% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom).
No final do
ano passado, o colegiado aumentou a Selic em 1 ponto percentual (p.p), com a
justificativa de que a reação do mercado financeiro ao pacote fiscal do governo
federal tornou o cenário inflacionário mais adverso, demandando uma política
“ainda mais contracionista”.
As reações
negativas do mercado financeiro ao pacote de corte de gastos, anunciados pelo
governo em novembro do ano passado, fez com que o dólar saltasse, ultrapassando
o patamar dos R$ 6 pela primeira vez na história.
Ainda de
acordo com o Copom, o cenário mais adverso para a convergência da inflação à
meta para 2025, de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5% pode demandar
novos aumentos de 1 ponto percentual na Selic nas próximas duas reuniões do
comitê: em janeiro, nos dias 28 e 29, e em março, nos dias 18 e 19.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança.
Mas, além da
Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados
dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas
administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a
expansão da economia.
Quando a
taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e
estimulando a atividade econômica.
Câmbio
Em relação
ao câmbio, a previsão de cotação do dólar ficou em R$ 6,00 para 2025. No fim de
2026, a previsão é que a moeda norte-americana também fique em R$ 5,40. Para
2026, o câmbio também deve ficar, de acordo com o Boletim Focus, em R$ 6,00, um
aumento em relação aos R$ 5,90 projetados na semana passada. Para 2027, a
projeção é R$ 5,82 para o dólar e R$ 5,88, para 2028.