Mercado financeiro reduz estimativa de inflação para 2023 e 2024
Mercado financeiro reduz estimativa de inflação para 2023 e 2024
Números foram divulgados nesta terça-feira (26) pelo BC. Analistas do mercado também elevaram a projeção de alta do PIB para ano que vem e passaram a estimar corte maior da taxa Selic.
Por Alexandro Martello, g1 — Brasília
Os
economistas do mercado financeiro reduziram a expectativa de inflação para este
ano e para 2024.
As
informações constam no relatório “Focus”, divulgado nesta terça-feira
(26) pelo Banco Central. O levantamento ouviu mais de 100 instituições
financeiras, na semana passada, sobre as projeções para a economia.
Para 2023, a
expectativa do mercado para a inflação oficial recuou de 4,49% para 4,46%. Foi
a terceira queda seguida do indicador.
Com a baixa,
a estimativa dos analistas para a inflação de 2023 se mantém abaixo do teto da
meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A meta
central de inflação é de 3,25% neste ano, e será considerada formalmente
cumprida se o índice oscilar entre 1,75% e 4,75% neste ano.
Se a
projeção do mercado financeiro se confirmar, será interrompida uma sequência de
dois anos de descumprimento da meta de inflação. Em 2021, o IPCA somou 10,06%.
E, em 2022, a inflação somou 5,79%.
Para 2024, a estimativa de inflação caiu de 3,93% para 3,91% na última semana. No próximo ano, a meta de inflação é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Para definir
a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, o BC já está mirando,
neste momento, na meta do ano que vem, e também em 12 meses até o início de
2025.
Quanto maior
a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que
recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam, sem que
o salário acompanhe esse crescimento.
Produto Interno Bruto
Sobre o
resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, o mercado financeiro manteve
a projeção de crescimento em 2,92%.
O PIB é a
soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para
medir a evolução da economia.
Já para
2024, a previsão de crescimento da economia do mercado financeiro subiu de
1,51% para 1,52%.
Taxa de juros
Os
economistas do mercado financeiro mantiveram as estimativas para a taxa básica
de juros da economia brasileira para o final deste ano e de 2024.
Atualmente,
a taxa Selic está em 11,75% ao ano, após quatro reduções seguidas promovidas
pelo Banco Central.
Para o
fechamento de 2024, a projeção do mercado para o juro básico da economia recuou
de 9,25% para 9% ao ano.
Isso quer
dizer que o mercado passou a estimar um corte maior dos juros em 2024.
Outras estimativas
Veja abaixo
outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:
Dólar: a
projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2023 recuou de R$ 4,93 para R$
4,90. Para o fim de 2024, a estimativa ficou estável em R$ 5.
Balança comercial:
para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as
importações), a projeção subiu de R$ 79,8 bilhões para US$ 81,4 bilhões de
superávit em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo avançou de
US$ 69 bilhões para US$ 71 bilhões.
Investimento
estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos
estrangeiros diretos no Brasil neste ano recuou de US$ 60,3 bilhões para US$ 60
bilhões de ingresso. Para 2024, a estimativa de ingresso caiu de US$ 70 bilhões
para US$ 65 bilhões.