Mercado reduz para 3,81% previsão para inflação de 2024
Mercado reduz para 3,81% previsão para inflação de 2024
Projeção de expansão da economia ficou em 1,6%.
Publicado por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
A previsão
do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) – considerado a inflação oficial do país – teve redução, passando de
3,86% para 3,81% este ano.
A estimativa
está no Boletim Focus desta terça-feira (30), pesquisa divulgada semanalmente
pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os
principais indicadores econômicos.
Para os
próximos anos – 2025, 2026 e 2027, a projeção da inflação permaneceu em
3,5%.
A estimativa
para 2024 está dentro do intervalo da meta de inflação que deve ser perseguida
pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3% para
este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
Para 2025 e
2026, as metas de inflação estão fixadas em 3%, com intervalo de tolerância de
1,5 ponto percentual.
Em dezembro
de 2023, a inflação do país foi de 0,56%, de acordo com o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o IPCA fechou o ano passado com
alta acumulada de 4,62%.
Juros básicos
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros – a Selic – definida em 11,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre de 2023, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada por economistas.
O
comportamento dos preços fez o BC cortar os juros quatro vezes no semestre
passado, em todas as reuniões do Copom. Em ata divulgada, o colegiado informou
que continuará a promover novos cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões, mas
não detalhou quando vai parar de reduzir a taxa Selic. Segundo o BC, o momento
dependerá do comportamento da inflação no primeiro semestre de 2024.
Reunião do Copom
Para o
mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 9% ao ano. A primeira reunião
do Copom neste ano ocorre em hoje (30) e amanhã (31) e os analistas esperam que
a Selic seja reduzida a 11,25%. Para o fim de 2025, 2026 e 2027, a previsão é
de Selic em 8,5% ao ano.
De março de
2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num
ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos,
energia e combustíveis. Por um ano, até agosto de 2023, a taxa foi mantida em
13,75% ao ano.
Antes do
início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível
mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração
econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a
taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da
história de agosto de 2020 a março de 2021.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores
na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de
inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas
também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o
Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e
estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
A projeção
das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste
ano permaneceu em 1,6%. Para 2025, a
expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e
serviços produzidos no país – é de crescimento de 2%. Para 2026 e 2027, o
mercado financeiro projeta expansão do PIB também em 2%, para os dois anos.
Superando as
projeções, no terceiro trimestre do ano passado a economia brasileira cresceu
0,1%, na comparação com o segundo trimestre de 2023, de acordo com o IBGE.
Entre janeiro e setembro, a alta acumulada foi de 3,2%.
Com o
resultado, o PIB está novamente no maior patamar da série histórica, ficando
7,2% acima do nível de antes da pandemia, registrado nos três últimos meses de
2019. Os dados do quarto trimestre de 2023, com o consolidado do ano, será
divulgado pelo IBGE em 1º de março.
A previsão de
cotação do dólar está em R$ 4,92 para o fim deste ano. No fim de 2025, a
previsão é que a moeda americana fique em R$ 5.
Edição:
Maria Claudia