Mercado reduz previsão da inflação de 4,51% para 4,49% este ano
Mercado reduz previsão da inflação de 4,51% para 4,49% este ano
Projeção de expansão da economia fica em 2,92%.
Publicado por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
A previsão
do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) – considerado a inflação oficial do país – teve redução, passando de
4,51% para 4,49% este ano. A estimativa está no Boletim Focus desta
segunda-feira (18), pesquisa divulgada semanalmente, em Brasília, pelo Banco
Central (BC) (foto) com a expectativa de instituições financeiras para os principais
indicadores econômicos.
Para 2024, a
projeção da inflação permaneceu em 3,93%. Para 2025 e 2026, as previsões são de
3,5% para os dois anos.
A estimativa
para 2023 está acima do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo
BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para
2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.
Segundo o
BC, no último Relatório de Inflação, a chance de o índice oficial superar o
teto da meta em 2023 é 67%. A projeção do mercado para a inflação de 2024
também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda se situa
dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em novembro,
o aumento de preços dos alimentos pressionou o resultado da inflação. O IPCA
ficou em 0,28%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). O percentual foi maior que a taxa de setembro, que teve alta de 0,24%.
A inflação
acumulada este ano atingiu 4,04%. Nos últimos 12 meses, o índice está em 4,68%.
Juros básicos
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros – a Selic – definida em 11,75% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom). Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre,
a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada
por economistas.
O
comportamento dos preços fez o BC cortar os juros pela quarta vez no semestre,
na reunião do Copom da semana passada, a última do ano. Em comunicado, o Copom
informou que continuará a promover novos cortes de 0,5 ponto nas próximas
reuniões, mas não detalhou quando vai parar de reduzir a taxa Selic. Segundo o
BC, o momento dependerá do comportamento da inflação no primeiro semestre de
2024.
Para o
mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 9,25% ao ano. A primeira
reunião do Copom no ano que vem ocorre em 30 e 31 de janeiro. Para o fim de
2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,75% ao ano e 8,5% ao ano,
respectivamente.
De março de
2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num
ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos,
energia e combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste
ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
Antes do
início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível
mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração
econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a
taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da
história de agosto de 2020 a março de 2021.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores
na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de
inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas
também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o
Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e
estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
A projeção
das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste
ano permaneceu em 2,92%. Para 2024, a
expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e
serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,51%. Para 2025 e 2026, o
mercad
Superando as
projeções, no terceiro trimestre do ano a economia brasileira cresceu 0,1%, na
comparação com o segundo trimestre de 2023, de acordo com o IBGE. Entre janeiro
e setembro, a alta acumulada foi de 3,2%.
Com o
resultado, o PIB está novamente no maior patamar da série histórica, ficando
7,2% acima do nível antes da pandemia, registrado nos três últimos meses de
2019.
A previsão
para a cotação do dólar está em R$ 4,93 para o fim deste ano. Para o fim de
2024, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5.
Edição:
Kleber Sampaio