Mercado reduz previsão da inflação de 4,63% para 4,59% este ano
Mercado reduz previsão da inflação de 4,63% para 4,59% este ano
Projeção de expansão da economia fica em 2,89%.
Publicado por Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil - Brasília
A previsão
do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) – considerado a inflação oficial do país – caiu de 4,63% para 4,59%
neste ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (13),
pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de
instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a
projeção da inflação ficou em 3,92%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5%
para os dois anos.
A estimativa
para 2023 está acima do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo
BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para
2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.
Segundo o
BC, no último Relatório de Inflação, a chance de o índice oficial superar o
teto da meta em 2023 é de 67%. A projeção do mercado para a inflação de 2024
também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda situa-se
dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em outubro,
o aumento de preços das passagens aéreas pressionou o resultado da inflação. O
IPCA ficou em 0,24% [https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2023-11/inflacao-de-outubro-fica-em-024-puxada-pelas-passagens-aereas],
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual
foi abaixo da taxa de setembro, que teve alta de 0,26%.
A inflação
acumulada este ano atingiu 3,75%. Nos últimos 12 meses, o índice está em 4,82%.
Juros básicos
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros – a Selic – definida em 12,25% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom). Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre,
a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada
por economistas.
O
comportamento dos preços já fez o BC cortar os juros pela terceira vez no
semestre, em um ciclo que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas
próximas reuniões. Ainda assim, em comunicado divulgado na semana passada, o
Copom indicou que poderá mudar o tempo do período de cortes, caso as condições
tornem mais difícil reduzir juros.
De março de
2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num
ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos,
energia e combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste
ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
Antes do
início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível
mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração
econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a
taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da
história de agosto de 2020 a março de 2021.
Para o
mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2023 em 11,75% ao ano. Para o fim de
2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9,25% ao ano. Para o fim de
2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,75% ao ano e 8,5% ao ano,
respectivamente.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores
na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de
inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas
também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o
Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e
estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
A projeção
das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste
ano ficou em 2,89%.
Para 2024, a
expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e
serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,5%. Para 2025 e 2026, o
mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,93% e 2%, respectivamente.
A previsão
para a cotação do dólar está em R$ 5 para o fim deste ano. Para o fim de 2024,
a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,08.
Edição:
Graça Adjuto