Mercado reduz previsão da inflação de 5,69% para 5,42% este ano
Mercado reduz previsão da inflação de 5,69% para 5,42% este ano
Projeção de expansão da economia em 2023 sobe para 1,84%.
Publicado em 12/06/2023 - 09:34 Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília - Brasília
A previsão
do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) – considerado a inflação oficial do país – caiu de 5,69% para 5,42% este
ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (12), pesquisa
divulgada semanalmente, em Brasília, pelo Banco Central (BC) com a expectativa
de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a
projeção da inflação ficou em 4,04%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,9%
e 3,88%, respectivamente.
A estimativa
para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida
pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25%
para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou
para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Segundo o
BC, no último Relatório de Inflação a chance de a inflação oficial superar o
teto da meta em 2023 é de 83%.
A projeção
do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta
prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5
ponto percentual.
Em maio, influenciado por reajustes no setor de saúde e cuidados pessoais, o IPCA ficou em 0,23%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é menor que a taxa de abril: 0,61%.
O IPCA
acumulado em 12 meses ficou em 3,94%, seguindo a tendência de queda apresentada
desde junho de 2022, quando o índice estava em 11,89%.
Juros
básicos
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado
e é a maior desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Para o
mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre em 12,5% ao ano.
Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 10% ao ano.
Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao
ano, respectivamente.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores
na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de
inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas
também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o
Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e
estimulando a atividade econômica.
PIB e
câmbio
A projeção
das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste
ano passou de 1,68% para 1,84%.
Para 2024, a
expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e
serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,27%. Para 2025 e 2026, o
mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,8% e 1,95%, respectivamente.
A previsão
para a cotação do dólar está em R$ 5,10 para o fim deste ano. Para o fim de
2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,17.
Edição:
Kleber Sampaio