Mercado reduz previsão da inflação de 6,03% para 5,8% este ano
Mercado reduz previsão da inflação de 6,03% para 5,8% este ano
Projeção do crescimento da economia em 2023 subiu para 1,2%.
Publicado em 22/05/2023 - 09:20 Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil - Brasília
A previsão
do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), considerada a inflação oficial do país, caiu de 6,03% para 5,8% este
ano. A estimativa consta do Boletim Focus desta segunda-feira (22), pesquisa
divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de
instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a
projeção da inflação ficou em 4,13%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 4%
para os dois anos.
A estimativa
para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida
pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para
este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para
baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior, 4,75%. Segundo o BC,
a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%.
A projeção
do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta
prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5
ponto percentual.
Em abril,
influenciado pelo aumento dos preços de remédios, o IPCA ficou em 0,61%,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é
inferior à taxa de março, de 0,71%. Em 12 meses, o indicador acumula 4,18%.
Juros
básicos
Para
alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a
taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado
e é a maior desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Para o
mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre em 12,5% ao ano.
Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 10% ao ano.
Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao
ano, respectivamente.
Quando o
Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida,
e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito
e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a
expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores
na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de
inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o
Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com
incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e
estimulando a atividade econômica.
PIB e
câmbio
A projeção
das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste
ano passou de 1,02% para 1,2%.
Para 2024, a
expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e
serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,3%. Para 2025 e 2026, o
mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 1,8%, respectivamente.
A previsão
para a cotação do dólar está em R$ 5,15 para o fim deste ano. Para o fim de
2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,20.
Edição:
Valéria Aguiar