Metroviários aceitam proposta do governo e decidem encerrar a greve
Metroviários aceitam proposta do governo e decidem encerrar a greve
Sindicato considerou oferta muito ruim, mas votou a favor do encerramento para que paralisação não avançasse o final de semana. Metrô acionou plano de contingência por volta das 7h e reabriu trechos das linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha. Previsão é a de que operação seja normalizada até 12h.
Por g1 — São Paulo 24/03/2023 09h40 - Atualizado há 41 minutos
Os metroviários aprovaram, na manhã
desta sexta-feira (23), a proposta feita pelo governo de São Paulo para o
pagamento do abono salarial e decidiram encerrar a greve. A decisão foi
anunciada às 9h40.
Os trabalhadores vão retornar aos seus
postos, e a previsão é a de que a operação volte ao normal até as 12h.
A paralisação entrou no segundo dia e
atingiu linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelh e 15-Prata.
O Metrô acionou o plano de
contingência e alguns trechos voltaram a operar parcialmente. A Linha 15 –
Prata, entretanto, segue totalmente fechada.
Durante a assembleia, os dirigentes
criticaram a oferta feita pelo governo, enviada para o sindicato durante a
madrugada, mas defenderam o encerramento da greve para que ela não avançasse no
final de semana.
A categoria está a duas semanas de
iniciar as negociações por reajuste salarial.
“Embora a proposta seja ruim, seja muito pouco, a gente acha importante aceitar essa proposta e sair da greve por cima. Porque não existe condições da gente continuar a greve no final de semana”, defendeu Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários.
O governo ofereceu o pagamento em
abril de abono salarial no valor de R$ 2 mil e a instituição de Programa de
Participação nos Resultados de 2023, a ser pago em 2024.
Também se comprometeu a não descontar
os dias de greve e afirmou que não haverá punições.
Plano de
contingência
O Metrô de São Paulo acionou o plano
de contingência e algumas estações de três das quatro linhas afetadas pela
greve começaram a funcionar com parcialmente por volta das 6h50.
– Linha 1- Azul: funciona de Ana Rosa
a Luz
– Linha 2- Verde: funciona de Alto do
Ipiranga a Clínicas
– Linha 3-Vermelha: funciona de Santa
Cecília a Bresser- Mooca
– A Linha 15- Prata permanece fechada.
– A CPTM também reabriu as
transferências para o Metrô nas estações Luz e Brás e ampliou o horário de pico
até as 9h
– Metrô faz controle de fluxo de
passageiros para evitar aglomeração nas estações abertas
A medida tem como objetivo amenizar os
impactos da greve dos metroviários, que entrou no segundo dia nesta manhã (24).
Segundo o Metrô, a operação é feita
por supervisores e ex-operadores de trens, que têm condições de assumir tal
função durante uma situação de emergência. Por conta da dificuldade de
deslocamento desses profissionais em função da greve, o plano só pode ser
acionado perto das 7h.
As linhas 4-Amarela e 5-Lilás
funcionam normalmente, assim como todas as linhas Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos (CPTM).
As transferências da CPTM para o
Metrô, entretanto, permanecem fechadas.
O rodízio de veículos permanece
suspenso, mas a Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC) e a
Zona de Máxima Restrição ao Fretamento (ZMRF) seguem valendo.
O governo de São Paulo e a Prefeitura
de São Paulo deram ponto facultativo aos servidores públicos.
O Metrô apresentou ao sindicato dos
metroviários uma proposta para encerrar a greve. A categoria deve votá-la por
volta das 7h desta sexta-feira (24).
Ônibus
A SPTrans prolongou 2 linhas e reforço
a frota de outras 13 que atendem o eixo das linhas do Metrô.
Linhas
prolongadas
209T/10 Metrô Tucuruvi – Praça do
Correio (circular)
209A/10 Metrô Santana – Praça do
Correio (circular)
Linhas reforçadas
175T/10 Metrô Santana – Metrô
Jabaquara
175P/10 Metrô Santana – Ana Rosa
2104/10 Metrô Santana – Term. Pq. D.
Pedro II
5290/10 Div. de Diadema – Term. Pq. D.
Pedro II
5106/10 Jd. Selma – Largo São
Francisco
574A/10 Americanópolis – Largo do
Cambuci
118C/10 Jd. Pery Alto – Metrô Santa
Cecília
9300/10 Term. Casa Verde – Term. Pq.
D. Pedro II
107T/10 Metrô Tucuruvi – Term. Pinheiros
208V/10 Term. A.E. Carvalho – Term.
Pq. D. Pedro II
1177/10 Term. A.E. Carvalho – Luz
233A/10 Jd. Helena – Term. Vila Carrão
4310/10 ET Itaquera – Term. Pq. D.
Pedro II
Linhas alteradas
A linha 178Y/10 Vila Amélia – Metrô
Jardim São Paulo foi prolongada até o Metrô Santana, onde há mais opções de
linhas de ônibus municipais para a integração.
As linhas 5022/10 Vila Santa Margarida
– Jabaquara, 5018/10 Shopping Interlagos – Jabaquara e 5018/31 Shopping
Interlagos – Jabaquara deverão operar em sistema circular no Metrô Jabaquara.
Greve envolve
pagamento de abono
O Sindicato dos Metroviários faz a paralisação para exigir o pagamento de abonos salariais de Participação nos Resultados de 2020, 2021 e 2022, revogação de demissões por aposentadoria e outros desligamentos ocorridos em 2019, fim das terceirizações e a abertura de concurso público.
O Metrô diz que empenhou esforços para
atender as demandas, mas que a realidade econômica da companhia não permite o
pagamento do abono neste momento.
1º dia teve
trânsito recorde e funcionamento parcial
O primeiro dia de greve dos
metroviários fez São Paulo teve trânsito recorde para a manhã, preços
exorbitantes em viagens por aplicativo, ônibus e CPTM lotados. Como a
paralisação foi definida no fim da quarta-feira (23), muito passageiros
reclamaram que foram pegos de surpresa.
A operação do Metrô ficou totalmente
suspensa durante quase todo o dia. Entre o final da tarde e as 20h, houve
operação parcial nas linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha e, segundo a
companhia, transportou 90 mil passageiros.
Pela manhã, por volta de 8h30, o Metrô
chegou a anunciar que aceitava, pela primeira vez na história, conceder a
liberação das catracas para que a greve fosse encerrada, e condicionou a medida
ao retorno de 100% dos funcionários da operação e manutenção.
No entanto, ao mesmo temo, a companhia
foi à Justiça para tentar acabar com a greve e, por volta das 10h, a Justiça do
Trabalho vetou a liberação das catracas. O sindicato dos metroviários, então,
decidiu manter a greve, e o Metrô foi multado pela Justiça por conduta
antissindical por ter impedido que os funcionários grevistas operassem linhas
sem cobrança de passagem.