Milho puxa alta de 3,2% nas exportações do agro e analistas estimam recorde anual, aponta USP de Piracicaba

Milho puxa alta de 3,2% nas exportações do agro e analistas estimam recorde anual, aponta USP de Piracicaba

Setor somou126 bilhões de dólares no trimestre. Pesquisas do Cepea da Esalq de Piracicaba mostram que as exportações brasileiras de produtos agropecuários seguem avançando.

Por g1 Piracicaba e Região

O faturamento com as exportações brasileiras de produtos agropecuários somou somando 126 bilhões de dólares de janeiro a setembro de 2023. A marca representa crescimento de 3,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, conforme apontam pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o campus da USP em Piracicaba. “Trata-se de um recorde para o período”, observam especialistas do instituto.

Segundo pesquisadores do Cepea, esse resultado segue atrelado ao maior volume embarcado – que aumentou 14,7% –, já que os preços médios em dólar caíram 10%.

O milho, como no semestre passado, é o responsável por puxar esse aumento, com a maior taxa de crescimento nos envios externos, uma alta é de 40% no volume embarcado. Veja ranking de produtos, abaixo, na reportagem.

O estudo é feito com base em dados Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Secretaria de Comércio Exterior – sistema Siscomex e indicam que o setor registra bom desempenho em 2023, e a receita deste ano pode atingir novo recorde.

 

Expectativa

Se o setor mantiver o mesmo desempenho do último trimestre de 2022, a receita pode superar o valor de US$ 160 bilhões, o que seria um novo recorde. Para que essa meta seja atingida, é importante que o Real não se valorize muito frente ao dólar norte-americano ao longo dos próximos meses.

 

Produtos

A soja em grão, por sua vez, se mantém como líder na quantidade exportada. De acordo com pesquisadores do Cepea, além dos produtos do complexo da soja e do milho, o ano tem sido favorável ao setor sucroalcooleiro e às carnes de frango e suína.

 

China e Estados Unidos

Pesquisadores do Cepea indicam que as economias chinesa e norte-americana têm apresentado boas taxas de crescimento neste ano, o que tem dado suporte à demanda internacional.

“Do lado da oferta, o Brasil apresentou produção recorde, o que sustentou os bons volumes embarcados. No entanto, diante do crescimento da produção também em outros países relevantes no cenário internacional, os preços caíram ao longo dos nove meses de 2023”, concluem os pesquisadores do Cepea.

O milho foi o produto que registrou a maior taxa de crescimento no volume embarcado, com 86%, de acordo com pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) do campus da USP em Piracicaba (SP). Os estudos apontam que as exportações brasileiras de produtos agropecuários seguiram avançando no primeiro semestre deste ano.

A soja em grão apresentou o maior volume exportado, com 49% de todo o volume escoado pelo agronegócio brasileiro e 40% do valor gerado pela receita em dólar. De acordo com pesquisadores do Cepea, o ano tem sido muito favorável aos produtos do complexo da soja e aos setores sucroalcooleiro e florestal.

Os estudos mostram que o faturamento em dólar do setor cresceu 4,5% no primeiro semestre de 2023, sendo puxado pelo maior volume embarcado, que aumentou 14%. Os preços médios em dólar caíram pouco mais de 8%.

 

Queda dos preços

Desde 2022, os valores dos alimentos têm apresentado tendência de queda, conforme indicação do índice das Nações Unidas (FAO). Essa redução dos preços médios de alimentos e energia no mercado internacional, de acordo com pesquisadores, se deve ao arrefecimento na taxa de crescimento da demanda global em 2023, com destaque aos problemas enfrentados pela China mais recentemente, e ao aumento da produção mundial.

Para o segundo semestre do ano, o comportamento dos preços internacionais das commodities vai depender do tamanho da safra no Hemisfério Norte e da ocorrência de eventos inesperados ao longo do período.

Para o câmbio, a expectativa dos agentes do mercado financeiro é de que se mantenha ao redor de R$5 /US$ neste segundo semestre; no entanto, a continuidade da elevação dos juros no mercado norte-americano deve atrair mais capital para esse país, pressionando o valor do dólar ao redor do mundo, inclusive no Brasil.

Também é possível que a inflação no Brasil aumente nos próximos meses, mas feche em torno de 4% no acumulado do ano. Com isso, o efeito combinado de ambos sobre a rentabilidade em reais do setor não deve resultar em grandes oscilações nos próximos meses.

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