Ministério da Saúde vai instituir comitê de emergência para mpox
Ministério da Saúde vai instituir comitê de emergência para mpox
Ministra Nísia Trindade diz que não há motivo de alarme, mas de alerta.
Publicado por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil - Brasília
A ministra
da Saúde, Nísia Trindade, disse nesta quarta-feira (14) que a pasta vai criar
um Comitê de Operação de Emergência para adotar medidas de enfrentamento à
disseminação da mpox, que vem preocupando autoridades internacionais. Mais
cedo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o cenário de mpox na África
constitui emergência em saúde pública de importância internacional em razão do
risco de disseminação global e de uma potencial nova pandemia. Este é o mais
alto nível de alerta da entidade. Apesar disso, segundo a ministra, o momento é
de alerta, mas não de alarme.
“Nós
vamos instituir um Comitê de Operação de Emergência, envolvendo Ministério da
Saúde, Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], conselhos de
secretários municipais e estaduais de saúde. Já estávamos acompanhando, tivemos
reunião de especialistas, há duas semanas, desde que começaram os casos, e essa
possibilidade [de disseminação da doença], e vamos analisar as questões como
vacina. Não há motivo de alarme, mas de alerta”, afirmo a jornalistas, no
Palácio do Planalto, após participar de um evento de anúncio de investimentos
na indústria da saúde.
Entre as
medidas que devem ser adotadas, segundo a ministra, estão a aquisição de testes
de diagnóstico, alerta para viajantes e atualização do plano de contingências.
Sobre vacinas, por enquanto, não há previsão de imunização em massa. No ano
passado, a imunização contra a doença foi realizada em um momento de emergência
em saúde pública de importância internacional, com o uso das doses liberadas
pela Anvisa de forma provisória. Essas doses também foram usadas, segundo a
ministra, para pesquisas científicas.
A avaliação
da pasta é que a nova onda da doença apresenta risco baixo neste momento para o
Brasil. Dados do ministério apontam que, em 2024, foram notificados 709 casos
de mpox no Brasil e 16 óbitos, sendo o mais recente em abril do ano passado. Já
em âmbito global, este ano, os casos já superam o total registrado em 2023 e
somam mais de 14 mil, além de 524 mortes.
Em maio de
2023, quase uma semana após alterar o status da covid-19, a OMS declarou que a
mpox também não configurava mais emergência em saúde pública de importância
internacional. Em julho de 2022, a entidade havia decretado status de
emergência em razão do surto da doença em diversos países.
Doença
A mpox é uma
doença zoonótica viral. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do
contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas pelo vírus e
materiais contaminados. Os sintomas, em geral, incluem erupções cutâneas ou
lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dores no corpo, dor de
cabeça, calafrio e fraqueza.
As lesões
podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou
amarelado, podendo formar crostas que secam e caem. O número de lesões pode
variar de algumas a milhares. As erupções tendem a se concentrar no rosto, na
palma das mãos e na planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do
corpo, inclusive na boca, nos olhos, nos órgãos genitais e no ânus.
Edição:
Sabrina Craide