Ministro da Defesa do governo Lula será civil, diz Aloizio Mercadante

Ministro da Defesa do governo Lula será civil, diz Aloizio Mercadante

Ex-ministro coordena grupos técnicos da transição; Ministério da Defesa foi chefiado por civis nas gestões FHC, Lula e Dilma e comandado por militares nos governos Temer e Bolsonaro.

Por Alexandro Martello, g1 — Brasília 18/11/2022 09h47  Atualizado há 21 minutos

O coordenador dos grupos técnicos que fazem a transição de governo, Aloizio Mercadante (PT), afirmou nesta sexta-feira (18) que o ministro da Defesa do futuro governo Lula será um civil.

Mercadante deu a declaração ao conceder entrevista coletiva na sede do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, onde atua a equipe de transição.

“O presidente [Lula] já disse isso publicamente, que o ministro da Defesa será um civil. Foi no governo dele e será [no novo mandato]”, declarou Mercadante.

Criado em 1999, o Ministério da Defesa foi chefiado por civis nos governos Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff. Em 2018, último ano do governo Michel Temer, a pasta passou ser comandada por militares.

O governo Jair Bolsonaro, que assumiu em 2019, também manteve militares à frente do ministério nos últimos quatro anos.

 

Governos anteriores

O primeiro ministro da Defesa foi o ex-deputado Elcio Alvares, que comandou a pasta entre 1999 e 2000. Naquele ano, Alvares foi sucedido por Geraldo Magela da Cruz Quintão, então ministro da Advocacia Geral da União e que permaneceu no ministério até dezembro de 2002, quando acabou o governo Fernando Henrique Cardoso.

Em 2003, primeiro ano de mandato de Lula, o diplomata José Viegas Filho assumiu o cargo de ministro da Defesa. Filho permaneceu no cargo até 2004, quando foi sucedido pelo então vice-presidente, José Alencar, que chefiou a pasta até março de 2006 e foi sucedido pelo ex-governador da Bahia Waldir Pires.

Em 2007, no segundo mandato de Lula, assumiu o cargo o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim, que permaneceu na função até agosto de 2011 (já no governo Dilma Rousseff).

Quando Jobim deixou o cargo, o diplomata Celso Amorim assumiu a função, permanecendo à frente do ministério até 2014, ano em que o ex-governador da Bahia Jaques Wagner assumiu o posto.

Wagner ficou menos de um ano no cargo e foi sucedido pelo ex-deputado Aldo Rebelo, que seguiu na pasta até maio de 2016, quando a então presidente Dilma foi afastada em razão do processo de impeachment.

Quando Michel Temer assumiu como presidente em exercício, nomeou o ex-deputado Raul Jungmann para o posto. Jungmann permaneceu no cargo até fevereiro de 2018.

 

Militares assumem a pasta

Em fevereiro de 2018, o então presidente Michel Temer nomeou como ministro da Defesa o general Joaquim Silva e Luna, primeiro militar a comandar a pasta.

Quase um ano depois, em janeiro de 2019, quando o presidente Jair Bolsonaro assumiu o cargo, Silva e Luna passou a comandar Itaipu e foi sucedido no cargo de ministro pelo também general Fernando Azevedo e Silva, que permaneceu até 2021.

No ano passado, Azevedo e Silva foi substituído pelo também general Walter Souza Braga Netto, que permaneceu à frente do ministério até março deste ano. Braga Netto concorreu como candidato a vice na chapa de Bolsonaro, que perdeu nas urnas para a chapa formada por Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB).

Ao deixar o cargo para concorrer a vice de Bolsonaro, Braga Netto foi substituído pelo general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, atual ministro da Defesa.

 

Grupo de transição na Defesa

Aloizio Mercadante também informou nesta sexta-feira que o grupo de transição na área da Defesa deve ser anunciada na próxima segunda-feira (21).

Segundo ele, será um grupo “representativo para essa tarefa que é o diálogo com as forças armadas”.

“Acho que está muito bem construído o grupo. Pela composição do grupo, pela representatividade, pela estatura das pessoas que vão participar, vai ser uma excelente solução”, declarou.

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