Ministro diz que Petrobras está ‘no limite do preço’ e deve fazer reajuste se houver oscilação no mercado externo

Ministro diz que Petrobras está 'no limite do preço' e deve fazer reajuste se houver oscilação no mercado externo

Estatal tem sido cobrada para aumentar preços dos combustíveis diante do descolamento em relação aos valores praticados fora do país. Alexandre Silveira concedeu entrevista à GloboNews nesta sexta-feira (4).



Por Pedro Alves Neto, g1 e GloboNews

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta sexta-feira (4) que a Petrobras informou estar “no limite do preço marginal” e deve reajustar os preços dos combustíveis no país em caso de oscilação para cima no mercado externo. As declarações foram em entrevista ao “Em Ponto”, da GloboNews.

Há pouco mais de dois meses, a Petrobras fez uma mudança na política de preços que reduziu a influência da cotação internacional. Isso fez os valores cobrados pelos combustíveis no mercado externo se descolarem dos valores praticados pela estatal, provocando pressão por um reajuste (veja detalhes abaixo).

“Eles disseram, de forma explícita, que estavam no limite do preço marginal e que, se houvesse alguma oscilação para cima a partir de agora, que eles fariam o repasse ao preço dos combustíveis e seus derivados”, disse Alexandre Silveira.

Segundo o ministro, em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na última segunda-feira (4), no Palácio do Planalto, representantes da Petrobras informaram da situação.

“É claro que se houver oscilação para cima, a Petrobras terá responsabilidade com esses investidores, com a empresa, com a necessidade de seus reinvestimentos para modernizar a empresa, os repasses serão feitos. Por isso, eu quero tranquilizar os investidores”, afirmou.

 

Política de preços

Até maio, a Petrobras adotava a política de paridade de importação (PPI), que equipara os valores praticados nas refinarias brasileiras aos de importação. Ou seja, o valor do combustível quando chega aos portos do Brasil. Isso inclui custos com frete e seguros, por exemplo.

A empresa adotou a política por 6 anos, mas, em maio, decidiu implementar uma nova estratégia com preços abaixo do PPI. No primeiro mês após a mudança, os valores praticados pela estatal não estiveram tão distantes da importação, mantendo-se cerca de 5% abaixo da paridade.

Mas, nas últimas semanas, o valor da gasolina da Petrobras está pelo menos 10% abaixo do preço praticado pelos importadores.

Em meio a essa conjuntura, o ministro de Minas e Energia disse que está “orgulhoso” da nova política de preços da estatal e disse que o modelo anterior era “extorsão”. Alexandre Silveira disse que “ainda não há prejuízo”.

“A política de preços da Petrobras mudou, porque nós temos que ter menor custo Brasil, nós temos que chega com a gasolina e o diesel na bomba para atender todos os brasileiros de forma responsável”, disse.

“O lucro de 34 bilhões anunciado agora são lucros de mercado internacional. O que não era admissível era que uma empresa que valia R$ 300 bilhões na bolsa tinha lucro de R$ 180 bilhões por ano sendo dividido a seus acionistas”, continuou.

 

Intervenção do governo

Na entrevista, o ministro também negou que haja intervenção do governo na definição de políticas para a Petrobras.

“Não há intervenção na Petrobras e os diretores respondem no seu CPF pela política de preços, que não pode dar prejuízo aos investidores que acreditam na Petrobras, muito menos ao governo brasileiro, e ao povo brasileiro que são seus acionistas”, disse.

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